Criar locais de trabalho mais saudáveis: como a EDP promove a saúde mental e o bem-estar
O bem-estar começa com as pessoas, e a saúde mental no local de trabalho repercute-se muito além das paredes da empresa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem ações eficazes para prevenir os riscos à saúde mental no trabalho, proteger e promover a saúde mental no trabalho e apoiar os trabalhadores com condições de saúde mental. As organizações mais eficazes não se limitam a falar sobre bem-estar, elas ouvem, adaptam-se e agem todos os dias para apoiar vidas e ambições reais. Conforme destacado pela campanha Mind Your Mind deste ano, o sucesso depende da promoção de uma cultura partilhada onde limites, gentileza e liderança autêntica ganham vida. Na Summit “Act for Your Mind”, Paula Carneiro, Head of Global People & Organizational Development da EDP, lembrou-nos de "manter o diálogo e essa proximidade nestes dias com tantos desafios, tendo que abraçar uma força de trabalho híbrida que em breve terá agentes e inteligência artificial a trabalhar ao lado dos funcionários". Penso que precisamos de aceitar que os seres humanos precisam de estar abertos e preocupar-se uns com os outros, porque não tenho a certeza se as máquinas o farão. E criar redes de segurança para que possamos apoiar-nos uns aos outros no ambiente de trabalho”.
Apoiar a saúde mental no local de trabalho é cada vez mais visto como uma responsabilidade partilhada e um guia para a construção de ambientes de trabalho éticos, inovadores e solidários. Na EDP, somos guiados pela convicção de que todos merecem sentir-se ouvidos e valorizados, e os nossos esforços contínuos são constantemente moldados pelo feedback dos colaboradores, pela investigação internacional e pelas lições aprendidas através da colaboração.
É por isso que a campanha Mind Your Mind deste ano chega com um impulso renovado. Inspirados por feedback honesto, investigação internacional e experiências partilhadas, estamos a agir em conjunto para tornar o bem-estar no local de trabalho mais tangível para todos. Ao incentivar todos os colaboradores a reconhecer e aceitar as suas emoções, em vez de as ignorarem, a campanha continua a promover ambientes onde as pessoas se sentem genuinamente ouvidas e apoiadas.
Ana Moniz, psicóloga empresarial e oradora convidada na “Act for Your Mind” Summit, aprofunda o que realmente funciona para os indivíduos, líderes e organizações na construção de um local de trabalho mais saudável.
1. Como podem as empresas criar um ambiente que desenvolva a literacia emocional para todos?
Primeiro, precisamos evoluir - e estamos a fazê-lo - para uma atmosfera e uma cultura em que as pessoas se respeitem mutuamente e possam estar conscientes das suas emoções e da forma como estas afetam os outros. Outra emoção muito importante de que precisamos no trabalho é de gerir a nossa vergonha, porque se sentirmos vergonha, não vamos intervir na sala de reuniões. Resumindo, no local de trabalho, aprender a lidar com a raiva e a gerir a nossa vergonha é fundamental para que possamos ter segurança psicológica.
2. O que torna tão difícil estabelecer limites no local de trabalho, especialmente para profissionais de alto rendimento?
Na psicoterapia, quando trabalho com alguém nesse sentido, focamo-nos em aprender a dizer não. O principal desafio é que muitas pessoas com carreiras de muito sucesso não sentem que têm o direito de estabelecer limites. Todos precisamos de aprender a estabelecer limites e a gerir as expectativas dos outros. Quando os líderes fazem isso, tornam mais fácil para todos os outros fazerem o mesmo. Mas definitivamente não é fácil - é um trabalho árduo.
3. Na prática, como é que a cultura de uma empresa molda o comportamento individual no trabalho?
Se quiser mudar o comportamento de uma pessoa, a cultura é muito poderosa para o fazer. Por exemplo, se não der feedback porque não se sente à vontade para o fazer, mas todas as segundas-feiras de manhã tem uma reunião de feedback, após um mês já o estará a dar, o que é bom para si. Portanto, as culturas podem moldar comportamentos - há poder aí. Quando? Quando se tem bons modelos a seguir.
4. Qual é o valor prático da flexibilidade para o bem-estar no trabalho?
Diria que a flexibilidade [no ambiente de trabalho] é realmente positiva. É um bom sinal de saúde mental, e é muito bom termos flexibilidade. Isso significa que as pessoas precisam de saber o que precisam, porque as pessoas precisam das pessoas. A outra questão é que o nosso corpo precisa de movimento. Se eu posso ficar em casa, a trabalhar a partir de casa, e isso faz sentido para mim, preciso de saber que preciso de tempo para fazer exercício - para apanhar chuva, apanhar sol... coisas assim. Às vezes, é mais desafiante para as pessoas. Mas vejo realmente a flexibilidade como algo muito bom, porque nem sequer se trata de equilíbrio entre a vida profissional e pessoal; trata-se realmente de integração.
5. Qual é, na sua opinião, o impacto de ser multitasking para o bem-estar no local de trabalho?
Todos somos multitasking, mas isso não está a funcionar para todos. Na verdade, somos menos inteligentes quando fazemos várias tarefas ao mesmo tempo; isso deve ser reservado para tarefas simples e rotineiras. Não é bom para nós. Por exemplo, todos nós precisamos de estabelecer limites em relação às notificações. Se estiver a fazer algo que exige raciocínio crítico, não se pode dar ao luxo de ter interrupções constantes - precisa de, pelo menos, 20 minutos de concentração, e isso é difícil de conseguir quando tudo está a competir pela sua atenção. O que noto nas novas gerações é que querem viver vidas mais multidimensionais, não apenas trabalhar. E acho isso maravilhoso. Estão a aprender a equilibrar as coisas e tendem a ter uma maior literacia emocional. Acredito que se conhecem melhor, porque alguém dedicou tempo a ensiná-las.
De acordo com o recente relatório do McKinsey Health Institute, “Thriving Workplaces: How Employers Can Improve Productivity and Change Lives” (Locais de trabalho prósperos: como os empregadores podem melhorar a produtividade e mudar vidas), as empresas mais bem-sucedidas e voltadas para o futuro são aquelas que incorporam o bem-estar em todas as camadas da sua cultura, não apenas com programas, mas também por meio da liderança, políticas e comportamento diário. A pesquisa global da McKinsey com mais de 30.000 funcionários em 30 países revela que 87% das empresas em 2025 terão um programa formal de bem-estar em vigor (contra 61% em 2020) e 72% dos empregadores identificam o bem-estar dos funcionários como uma prioridade estratégica. Além disso, as empresas focadas no bem-estar relatam uma taxa de satisfação dos funcionários 24% mais elevada e uma melhoria significativa na retenção e produtividade, demonstrando que investir na saúde dos funcionários não é apenas um imperativo moral, mas também uma vantagem estratégica.
Os alicerces do bem-estar em qualquer organização estão intimamente ligados à ética: uma cultura ética proporciona confiança, justiça e segurança psicológica, que são essenciais para a saúde mental. Como Rita Sousa, Global Head of Ethics & Compliance at EDP, salientou durante a "Act for Your Mind Summit": “Podemos ter um código de ética sólido e líderes que o apoiam, mas, no final das contas, isso é algo que todos devem possuir. Os princípios da ética começam com cada um de nós.” Construir um local de trabalho genuinamente solidário e ético também significa promover culturas de liberdade de expressão, onde o feedback real molda as decisões e há espaço para conversas construtivas. Como Rita Sousa apontou, “A liderança é fundamental, e o bem-estar dos funcionários é um pilar estratégico para o desempenho sustentável. Mas, para os líderes, não basta ter os códigos e regras certos. A mudança tem de vir pelo exemplo. Deve haver uma coerência real entre o que os líderes dizem e o que fazem”.
A verdadeira liderança, como concluiu Rita Santos, tem a ver com coerência, coragem e compromisso com as pessoas, qualidades que promovem ambientes onde a confiança, o diálogo, a segurança e o bem-estar prosperam genuinamente.
O que define a trajetória da nossa empresa é a vontade de ouvir, aprender e continuar a melhorar, para que o bem-estar seja algo que vivenciamos, e não apenas algo que procuramos alcançar. Na EDP, e entre outras empresas de referência a nível mundial, o caminho a seguir é claro: construir confiança através de atos de generosidade, diálogo e segurança psicológica; normalizar o “direito a desligar”; apoiar modelos flexíveis e híbridos para todas as etapas da carreira; e priorizar o apoio proativo e contínuo em detrimento de soluções reativas e rápidas. Estatísticas recentes sobre o local de trabalho confirmam: 81% dos locais de trabalho aumentaram o seu foco na saúde mental desde a pandemia, mas apenas 13% dos funcionários se sentem à vontade para discutir abertamente questões de saúde mental. As organizações que mais se beneficiam são aquelas que quebram barreiras e permitem uma comunicação honesta e isenta de julgamentos.
O impacto real surge quando as iniciativas são definidas pelas pessoas que as praticam. A campanha Mind Your Mind deste ano evoluiu através da escuta atenta das histórias dos colaboradores - apoiada por dados da nossa pesquisa de bem-estar e por pesquisas em parceria sobre como as organizações podem promover a saúde mental -, as quais destacaram o que é mais importante: apoio acessível, uma cultura de autocuidado diário e a consciência de que todas as vozes são importantes. Esta abordagem colaborativa levou a novas iniciativas adaptadas para responder às realidades do dia a dia e às necessidades em constante evolução.
O que os ambientes de trabalho podem fazer? Partilhamos medidas práticas e recursos para todos:
- Workshops locais e online sobre mindfulness: “Pause. Breathe. Refocus. Act for your mind.” (Encontre sessões em cidades do mundo inteiro)
- “Open days” de bem-estar e linhas de apoio em todas as regiões
- Opções de trabalho flexíveis para todas as gerações
- Recursos e guias para estabelecer limites pessoais e profissionais
- Linhas de apoio psicológico confidenciais e benefícios de saúde disponíveis a nível global
Descubra mais e consulte os nossos benefícios práticos aqui.
O Mind Your Mind 2025 é mais do que uma campanha interna; é um apelo para ir além da intenção e abraçar ações significativas. Cada voz, cada ato de generosidade, cada conversa honesta, cada modelo a seguir faz a diferença. Na EDP, e mais além, é assim que construímos locais de trabalho onde as pessoas e o potencial podem florescer. Para nós, o bem-estar nunca é apenas uma ideia. É o que somos. E quando construímos uma cultura de cuidado e coragem, todos beneficiam.