EDP celebra o dia mundial das migrações de peixes com projeto nas barragens no Douro
Os primeiros resultados da monitorização das eclusas de peixes no Douro, um mecanismo que facilita a migração de peixes no rio, são positivos e mostram que há espécies nativas a transpor as barragens. Projeto da EDP esteve em destaque na celebração do World Fish Migration Day.
A EDP voltou a associar-se ao World Fish Migration Day, um evento global que se celebra a 21 de maio, de dois em dois anos, com o objetivo de sensibilizar para os temas da conectividade dos rios e das migrações de peixes. Para marcar a data, a EDP organizou esta segunda-feira um encontro na barragem de Crestuma-Lever para dar a conhecer os principais resultados do seu projeto nas eclusas de peixes das barragens do Douro Nacional. No encontro, que contou com a presença das autarquias de Gaia e Gondomar e de várias entidades, como a Agência Portuguesa do Ambiente e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, foi possível mostrar o impacto positivo deste projeto.
Criadas para facilitar a passagem de peixes, as eclusas são um mecanismo essencial para garantir a biodiversidade e a proteção das espécies fluviais. A monitorização da ictiofauna que utiliza as eclusas de peixes está atualmente em operação em cinco barragens: Crestuma-Lever, Carrapatelo, Régua, Valeira e Pocinho.
Os resultados deste projeto demonstram, por exemplo, que uma espécie migradora em risco de desaparecimento, como é o caso da enguia-europeia, tem utilizado as eclusas para chegar à albufeira da Valeira, a 145 quilómetros da foz do rio Douro. É nas áreas a montante que crescem e se preparam para voltar ao mar, onde se reproduzem – no espaço de ano e meio, foram contabilizadas quase 25 mil enguias na barragem de Carrapatelo. Também já se observou o aparecimento de outras espécies nativas, como a solha das pedras, a truta marisca o peixe-rei ou o robalo-legítimo.
O trabalho de monitorização das eclusas – que também tem contado com a colaboração de pescadores locais – tem sido igualmente importante para detetar espécies invasoras (como a achigã ou o peixe-gato-negro, entre outras). A presença destes peixes em albufeiras e outras zonas fluviais acaba por influenciar o equilíbrio do ecossistema, dado que, além de predarem algumas espécies nativas, ainda competem por habitat e alimento.
Nos últimos anos a EDP investiu cerca de dois milhões de euros para modernizar o funcionamento destas eclusas, com a expetativa de ainda contribuir para que outras espécies migradoras, como a lampreia e o sável, possam também transpor as barragens do Douro num número expressivo.
A EDP reforça assim, através deste projeto, o seu compromisso com a biodiversidade e o respeito pelo ambiente, que sempre orientaram a sua estratégia. Ao associar-se ao World Fish Migration Day, a EDP pretende, mais uma vez, alertar para a importância de proteger os ecossistemas fluviais e de envolver as comunidades nesta missão ambiental.