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EDP produz primeira molécula de hidrogénio do grupo na Europa

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Transição Energética
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EDP produz primeira molécula de hidrogénio do grupo na Europa

Segunda 15, Setembro 2025
4 min read

No âmbito do projeto FLEXnCONFU, a empresa concretiza um passo significativo na investigação de novas tecnologias ao produzir hidrogénio e injetá-lo, com sucesso, na turbina a gás da central termoelétrica do Ribatejo. 

A EDP assinala um marco inédito ao produzir a primeira molécula de hidrogénio do grupo na Europa e injetá-la numa turbina a gás em ambiente industrial real. A iniciativa decorre no âmbito do projeto europeu FLEXnCONFU e foi concretizada na central termoelétrica de ciclo combinado do Ribatejo, na região de Lisboa, com o objetivo de validar a aplicação prática da combinação de hidrogénio e gás natural em contexto de operação, algo ainda pouco explorado no setor. 

O anúncio da primeira molécula de hidrogénio produzida no país pela EDP aconteceu esta terça-feira, durante o evento de inauguração do demonstrador — o eletrolisador de 
1,25 MW — que faz parte de um projeto mais amplo, o FLEXnCONFU (FLExibilize combined cycle power plant through power-to-X solutions using non-CONventional FUels), financiado pelo programa Horizon 2020 da União Europeia. Este projeto foi desenvolvido por um consórcio internacional que reúne 21 parceiros de 10 países europeus, incluindo, além de Portugal, Espanha, França, Itália, Reino Unido, Grécia, Alemanha, Bélgica, Suécia e Países Baixos. Na cerimónia, que decorreu na central do Ribatejo, estiveram presentes a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, o presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell d'Andrade e representantes da Comissão Europeia, entre outros convidados. 

O FLEXnCONFU é um projeto que visa demonstrar como a produção de energia em centrais de ciclo combinado pode ser mais flexível e eficiente, combinando diferentes tecnologias e promovendo uma operação mais sustentável num mercado cada vez mais dominado pelas energias renováveis. O projeto inclui dois demonstradores que irão converter eletricidade para hidrogénio ou amoníaco e fazer a sua co-combustão com gás natural. O demonstrador da responsabilidade da EDP no Ribatejo utiliza hidrogénio e um segundo, localizado em Itália, recorre a um carrier de amoníaco — substância que permite armazenar e transportar energia sob a forma de amoníaco — e que será validado em ambiente laboratorial.

O projeto teve início em abril de 2020 e passou por diversas etapas de desenvolvimento até alcançar a produção da sua primeira molécula de hidrogénio. Incluiu ainda testes laboratoriais no Reino Unido e em Itália, realizados de forma independente do projeto-piloto na central do Ribatejo, envolvendo misturas de diferentes composições de hidrogénio e de amoníaco com gás natural.

 

Como se produz H2 na central do Ribatejo

Na prática, a molécula de H2 é produzida localmente através de um eletrolisador que usa eletricidade para dividir a molécula de água em hidrogénio e oxigénio. Depois de produzido, o hidrogénio é comprimido e armazenado e, quando a central necessita de aumentar a produção de eletricidade, o hidrogénio é misturado com gás natural. Esta combinação permite gerar  eletricidade com menos emissões de carbono, ajudando a tornar a produção de energia mais limpa.

Neste contexto, o piloto pretende testar em ambiente real a produção de hidrogénio e o desempenho de turbinas com uma mistura de gás natural, permitindo validar condições técnicas, ambientais, operacionais e económicas destas soluções. Os resultados do piloto contribuirão para apoiar o desenvolvimento de projetos de produção em maior escala de hidrogénio verde e avaliar a viabilidade da adaptação de turbinas de gás existentes para co-combustão.  

A central termoelétrica do Ribatejo, localizada na vila do Carregado, foi inaugurada em abril de 2004. Com uma potência total instalada de 1.176 MW, esta central de ciclo combinado opera exclusivamente a gás natural, conjugando turbinas a gás e a vapor para uma produção eficiente de eletricidade. Para além de ser palco de projetos inovadores como o FLEXnCONFU, a central tem um papel fundamental na estabilização do sistema elétrico, numa altura em que a produção renovável cresce de forma acelerada e exige maior flexibilidade e capacidade de resposta. 

O projeto-piloto do eletrolisador na central termoelétrica do Ribatejo estará em operação até ao início de 2026. Os resultados obtidos quanto à viabilidade técnica e económica, servirão para apoiar a análise de investimentos futuros da EDP, sempre considerando o contexto nacional e internacional do setor do hidrogénio. 

Consciente dos desafios que o hidrogénio ainda enfrenta do ponto de vista de mercado, regulação e tecnologia, a EDP, que tem a inovação e a investigação no seu ADN e já 90% da produção a partir de renováveis, manterá o compromisso de acelerar a transição energética global com abordagens realistas, eficientes e sustentáveis. 

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