A energia fotovoltaica flutuante é uma tecnologia em crescimento, devido à sua hibridização e potencial tecnológico. A EDP NEW, enquanto Centro de I&D da EDP, tem estado na vanguarda desta tecnologia, estando envolvida em projetos-piloto portugueses.
A energia fotovoltaica flutuante é um nicho recente dentro da tecnologia fotovoltaica tradicional, mas tem vindo a crescer rapidamente a nível mundial, desde os primeiros projetos fotovoltaicos flutuantes (2006) até à capacidade instalada de 3 GWp (2022) e com uma previsão de 10 a 30 GW de capacidade instalada até 2030.
A energia fotovoltaica flutuante oferece muitos benefícios enquanto tecnologia, pois utiliza áreas que normalmente não são utilizadas para outros recursos. O contacto com a água aumenta a eficiência das instalações fotovoltaicas devido aos efeitos do arrefecimento da água na eficiência da potência de pico fotovoltaica e pode ser frequentemente utilizada para a hibridização de redes eléctricas instaladas que não estão a ser utilizadas de forma consistente.
Na EDP, esta investigação iniciou-se com um projeto pioneiro a nível europeu, uma central solar fotovoltaica flutuante, na albufeira do rio Rabagão, em Montalegre, que testou a complementaridade entre a energia solar e a energia hídrica, bem como as vantagens ambientais e económicas desta nova tecnologia. Este local de teste, propriedade e exploração da EDP Geração, foi escolhido devido às dificuldades técnicas que apresenta, uma vez que se trata de uma albufeira inserida num vale profundo, com solo rochoso e variações significativas de cota, o que permitiu testar soluções de amarração. Este piloto culminou com 840 painéis solares ocupando uma área de 2500 m2, na plataforma, com uma potência instalada de cerca de 220 kWp e uma produção anual estimada de cerca de 300 MWh.
Em julho de 2022, a EDP Geração inaugurou a nova central solar fotovoltaica flutuante de Alqueva, catalisada pelo projeto europeu pioneiro FreShER. A central solar fotovoltaica flutuante de Alqueva é hoje a maior central solar flutuante da Europa numa albufeira: com cerca de 12 mil painéis fotovoltaicos e uma capacidade de produção anual de 7,5 GWh, abastece cerca de 1500 famílias da região de Portel e Moura, o que corresponde a 25% dos consumidores da região. Alqueva tornou-se assim uma espécie de laboratório vivo, ao permitir testar a complementaridade entre tecnologias de produção de energia renovável despacháveis (hidroelétrica) e não despacháveis (fotovoltaica), bem como tecnologias de armazenamento de energia de longa duração (bombagem) e de curta duração (bateria). Com uma potência de 1MW e uma capacidade de armazenamento de cerca de 2MWh, a bateria utiliza a tecnologia de iões de lítio, já amplamente utilizada no sector elétrico a nível mundial. O sistema de bombagem permite utilizar as energias eólica e solar, em períodos de menor consumo, para bombear água da albufeira e, desta forma, reutilizá-la para produzir nova energia hidroelétrica.
Na EDP NEW, para além das mais "tradicionais" instalações fotovoltaicas flutuantes em rios, temos vindo a estudar o desafiante roll-out para ambientes offshore, nomeadamente no projeto EU-SCORES, onde está a ser instalado um sistema solar fotovoltaico offshore de 3 MW ligado à rede, da Oceans of Energy, a 2 km da costa belga, no local de testes Blue Accelerator.
Central solar flutuante do Alqueva em números
- Nº de painéis: cerca de 12.000
- Dimensões da plataforma: 4 ha
- Potência Instalada: 4 MW
- Produção de energia anual: 7,5 GWh (1.500 das famílias da região)
- Profundidade da albufeira: 70 m
- Oscilação do plano de água: 23 m