Na EDP, foi lançada a campanha Mind you Mind, com o objetivo de sensibilizar as nossas pessoas para a importância da saúde mental. Foi uma oportunidade para parar e para cada um olhar para si mesmo, para o momento em que está e como vai viver o ano que se segue. É também um momento para olhar ao redor, para as outras pessoas, colegas e os seus exemplos. Gabriela Pesente, da EDP Brasil, prontificou-se para dar a cara, contar a sua história, inspirar e passar o testemunho a todos nós e, especialmente, a quem possa estar a viver momentos de ansiedade e exaustão.
“A nossa ambição como empresa preparada para o futuro só é alcançável se dermos prioridade ao bem-estar individual no trabalho e assegurarmos experiências humanas e significativas para todos.” Estas palavras são do CEO da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade e são centrais na nossa estratégia de bem-estar. As pessoas estão no centro do nosso propósito, sendo o seu bem-estar uma prioridade para nós. Estamos focados na promoção de cinco dimensões de bem-estar: física, social, emocional, financeiro e profissional e nenhum colaborador deve abdicar de nenhuma delas.
É a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) que define saúde não só como um bem-estar físico, mas também como bem-estar mental: “A saúde mental é um estado de bem-estar mental que permite que as pessoas lidem com o stress da vida, percebam as suas habilidades, aprendam e trabalhem bem e contribuam para a sua comunidade. É uma faceta integral da saúde e do bem-estar que sustenta nossas habilidades individuais e coletivas para tomar decisões, construir relacionamentos e moldar o mundo em que vivemos.”
É, além disto, um direito básico humano, segundo a mesma organização, e o tema da sua campanha pela saúde mental de 2022 é precisamente tornar o acesso à saúde mental uma prioridade em todo o mundo.
A campanha Mind Your Mind serve para refletirmos em conjunto sobre este bem-estar, com especial foco na saúde mental e, convida também todos os colaboradores da EDP a juntarem-se a talks, workshops e outras iniciativas onde exploramos estes temas e se estimulam as jornadas pessoais. Foi neste âmbito que Gabriela Pesente se voluntariou a contar a sua história e os seus desafios de conciliação da família, maternidade, trabalho e cuidado pessoal, na talk Trust Space, que pode ver na íntegra, no vídeo.
“As empresas sabem que têm um papel muito grande na vida das pessoas. Quando a gente para e pensa no tempo que as pessoas passam no trabalho... é um tempo muito grande. Mais de metade do tempo acordado a pessoa está na empresa. Acho que tem de ter uma responsabilidade com relação a esse tema para a pessoa estar bem, minimamente. E quando a gente pensa em ‘minimamente’, pensa em ter um ambiente saudável, um ambiente equilibrado, que ela consiga se sentir bem, que ela consiga conversar. Eu acho que, quando a gente fala de saúde mental, a gente pensa muito nessas relações de confiança”, reflete Gabriela Pesente. “Aqui na EDP eu sempre tive a sorte de ter gestores com quem eu pude contar, mas tinha outras pessoas também que eu sempre pude contar, como por exemplo na área da saúde, sempre disponível, colegas de trabalho, então eu acho que como empresa a gente tem de saber dessa relevância na vida do indivíduo, e manter as portas abertas para que a pessoa tenha acesso. Quanto eu me coloco vulnerável para outra pessoa ela sabe que pode contar comigo,” diz na talk Trust Space.
Aqui na EDP eu sempre tive a sorte de ter gestores com quem eu pude contar, mas tinha outras pessoas também que eu sempre pude contar, como por exemplo na área da saúde, sempre disponível, colegas de trabalho, então eu acho que como empresa a gente tem de saber dessa relevância na vida do indivíduo, e manter as portas abertas para que a pessoa tenha acesso. Quando eu me coloco vulnerável para outra pessoa ela sabe que pode contar comigo.”
A história de Gabriela mostra como falar com alguém que também passou por uma sobrecarga emocional e de trabalho, e ter ouvido o seu exemplo foi uma ajuda decisiva para agir em relação à sua ansiedade. E foi com essa generosidade de divulgar um tema tantas vezes tabu, que deu o seu testemunho.
Quando a pandemia começou, a ideia de ficar em casa e acompanhar de perto o crescimento da filha de cerca de um ano parecia idílica para Gabriela Pesente, consultora de planeamento e gestão de pessoas e eficiência da EDP Brasil. Mas rapidamente a ideia de que tinha de fazer tudo sem pedir ajuda se intensificou: acabou por ter uma taquicardia e perceber que o estado de ansiedade em que vivia não era normal e pediu ajuda. “Se a gente não se coloca na agenda ninguém coloca a gente”, afirma Gabriela. Hoje fala abertamente sobre este período e como o superou — e supera todos os dias — como exemplo para quem se vê na mesma situação.
A maternidade marcou uma viragem para Gabriela Pesente e faz questão de partilhar a sua experiência para que outras mulheres se permitam a reconhecer e abordar dificuldades. “Sempre tive o hábito de me virar. Sempre soube o que era importante para mim e resolvia isso comigo mesma. Quando chegou a Julia, chegou uma outra pessoa para cuidar. Não tinha mais tempo para toda a dedicação que eu tinha a mim mesma”, recorda.
“A maternidade são os dois extremos: a coisa mais linda e mais solitária. O maior amor e o maior desespero. E eu achava que tinha de dar conta de tudo porque a minha mãe deu conta de tudo,” conta.
Com o regresso ao trabalho, cerca de um ano depois do nascimento da filha, o abandono de alguns hábitos de auto-cuidado, como o exercício físico, e a intensidade com que conjugava maternidade e trabalho foi sublinhada pela pandemia e pelo confinamento. Sem a levar à escola, sem ir ao ginásio, ao homeopata ou poder sair para passear, viu-se num “beco sem saída,” diz. “As minhas tpms estavam um absurdo, completamente descontroladas. A ginecologista receitou-me um remédio controlado e eu não tomei porque achava que não precisava.”
Comprou o medicamento, mas não lhe tocou. Um ano e muito stress e ansiedade depois, deu-se o momento que a fez perceber que a sua situação não era normal. “No final do ano passado, tinha mudado de casa, a Júlia estava doente e veio uma demanda de trabalho em cima da hora. Eu me senti com uma taquicardia e quase respondi mal à pessoa que fez o pedido. Percebi que isto não era normal. Eu estava muito desgastada nas relações também”.
Entre este momento e aquele em que começou a priorizar a sua saúde mental, os colegas desempenharam um papel essencial. “Conversei com o médico da EDP e ele me disse, ‘como médico não posso deixar você explodir’. Dias depois, conversei com o meu gestor. Ele, além de me acolher, me contou um relato pessoal dele, de um momento que ele passou parecido com isso.” Foi com esta experiência na primeira pessoa que fez com que, nesse mesmo dia, começasse a tomar os comprimidos que lhe tinham sido receitados.
Ao sentir que o testemunho pessoal de um colega foi tão importante, Gabriela Pesente quer hoje dar também o seu exemplo, para quebrar um tabu e inspirar outros em situações semelhantes. “Quando me pedem para falar deste tema, eu vou fazê-lo porque eu sei que histórias reais assim são muito importantes. Eu não me acho uma pessoa super desenvolta na câmara, mas acho que a gente tem de falar e eu não tenho problema nenhum de me expor. É bom para as pessoas conhecerem a vida de verdade,” explica.
"Depois de muita reflexão, deixei muito claro para mim as prioridades: a Júlia, minha filha, sempre foi minha prioridade, mas em segundo lugar era eu. Não eram os outros, não era a EDP, não era a família. Era a Júlia, eu e depois a gente vê o resto. Precisava voltar a ser quem eu era,” afirma Gabriela na talk Trust Space.
Hoje, Gabriela sabe que o seu bem-estar mental é o equilíbrio que exige esforço para ser mantido, exige tempo, que se coloque como prioridade na sua própria agenda para fazer o que lhe faz bem — terapia, exercício físico, terapia floral, passar tempo com a filha diariamente, homeopatia e aulas de piano - o seu mais recente hobby. “Começar piano é uma coisa super emocional para mim porque toda a vida eu ouvi minha avó tocar piano [era professora de piano]. Depois das aulas de piano sinto que o mundo é muito maior... Sempre que acaba a aula eu fico animada e quero fazer mais. É tão legal começar um instrumento aos 40 anos,” diz.
“Auto-cuidado: as pessoas pensam muito numa banheira de espuma e rosas, e não é isso que a gente consegue fazer no dia-a-dia, e não é isso que de facto faz bem à gente. Esse lance de se conhecer e saber que, para mim o sport é uma coisa que eu gosto, que é boa porque me para os pensamentos, eu estou só ali”, explica.
Auto-cuidado: as pessoas pensam muito numa banheira de espuma e rosas, e não é isso que a gente consegue fazer no dia-a-dia, e não é isso que de facto faz bem à gente. Esse lance de se conhecer e saber que, para mim o sport é uma coisa que eu gosto, que é boa muito porque me para os pensamentos, eu estou só ali."
A mensagem de Gabriela é também sobre como é importante descentralizar o dia e a vida do trabalho para poder vivê-lo — e a todas as outras dimensões — de forma mais saudável. "Eu acho muito injusto o trabalho ter de ocupar o espaço mais importante da nossa vida. Acho muito importante a gente fazer outras coisas que façam bem para a gente também e dar o tom do que é mais importante na nossa vida,” afirma Gabriela na talk Trust Space e continua: "O trabalho não deixou de ser mais desafiador, não deixou de ter a quantidade que ele ter, sempre teve, mas é talvez uma tranquilidade ou uma relação diferente, de não ficar tão abalada emocionalmente com isso. Eu tenho muito essa questão de entrega, de comprometimento, isso às vezes sufoca a gente. Quando você consegue fazer outras coisas que também são importantes para você além do trabalho, isso toma uma proporção diferente, você começa a ficar mais tranquila."
O testemunho da Gabriela é no sentido do auto-conhecimento de uma forma positiva. "Você tem que minimamente se conhecer, saber o que você gosta, o que te faz bem, cada um vai ter um jeito. Tem gente que vai querer meditar, gente que vai querer correr como eu — enfim, cada um tem seu jeito. Mas é uma coisa do respeito e lembrando que a gente não vai conseguir fazer isso a 100%. Não tem dia para começar a fazer bem para a gente mesmo, se olhar, se respeitar e pensar alguma coisa que seja bacana para a gente," conclui.
Mas ninguém está - nem deve estar isolado - e exteriorizar e encontrar acolhimento no outro pode mesmo ser o primeiro passo: "conseguir falar quando você precisa de ajuda. Aqui na EDP a gente tem o programa de assistente social, que se a pessoa está precisando de alguma coisa, mas não se sente à vontade de falar com o gestor ou com amigo, a gente tem de por para fora. Tem canais para pedir ajuda. Você tem com quem contar." Todos os passos contam. Até mesmo os mais pequenos.
Bem-estar e benefícios
A prioridade são as nossas pessoas
Porque queremos assegurar uma experiência positiva e impactante para as nossas pessoas, assegurar o bem-estar individual é das nossas principais prioridades. É por isso que promovemos iniciativas para a felicidade e crescimento de todos.