A adaptação ou como reagir aos efeitos das alterações climáticas
Atualmente ninguém, ou quase ninguém, nega o facto de que as alterações climáticas são reais e que os seus efeitos estarão presentes durante muitos anos. Ainda que todos os países, empresas e pessoas de todo o mundo chegassem por uma vez a acordo e reduzissem drasticamente as emissões de gases com efeito de estufa, os efeitos das emissões realizadas durante anos de industrialização e de consumo de recursos sem limite irão sentir-se durante décadas.
É curioso como fenómenos climáticos extraordinários como chuvas torrenciais, vagas de frio extremo, secas intermináveis ou incêndios florestais explosivos são cada vez mais comuns e parece até que nos habituámos a ver como os seus efeitos arrastam consigo o progresso construído durante anos, para além da vida de centenas de pessoas.
Perante todas estas adversidades, não temos outra alternativa senão procurar soluções ou medidas que nos permitam enfrentar melhor os seus efeitos e seguir em frente. É necessário analisar quais as variáveis climáticas que nos ameaçam e quais os danos que estão a causar ou podem causar no futuro. Temos de identificar as nossas fraquezas e encontrar uma forma de sermos mais fortes, de termos mais resistência, de sermos mais resilientes.
É nisto que consiste a adaptação. Quando somos capazes de precisar o que podemos fazer para resistir melhor aos efeitos das alterações climáticas e o implementamos, não estamos a lutar contra o fundo do problema mas sim a atenuar os seus sintomas, fazendo com que os seus efeitos não sejam tão prejudiciais para nós, para os nossos ativos e para a sociedade em geral.
Quando conseguimos precisar o que podemos fazer para resistir melhor aos efeitos das Alterações Climáticas e o fazemos, não estamos a lutar contra a raiz do problema, mas estamos a aliviar os seus sintomas, garantindo que efeitos não sejam tão prejudiciais.”
Yolanda Fernandez Montes
Director of Environment, Sustainability, Innovation and Climate Change at EDP
Em 2019, a EDP começou a trabalhar num primeiro conjunto de medidas que conseguiu tornar a nossa organização numa empresa mais robusta, com mais força para enfrentar as alterações climáticas. Este conjunto de medidas constitui o Plano de Adaptação descrito para cada uma das plataformas da EDP. O Plano está em revisão contínua, incorporando soluções criativas que nos permitam continuar a gerar riqueza à nossa volta.
Plantar árvores que fixem o terreno e evitem que os deslizamentos de terras danifiquem os nossos ativos, ou implementar soluções construtivas que modifiquem os ativos existentes para os tornar mais resistentes ao vento, à água ou ao gelo, ou analisar as novas situações resultantes de condições extremas que possam pôr em perigo a vida dos nossos colaboradores e corrigi-las, são algumas das medidas em cima da mesa e que pouco a pouco nos tornam mais fortes.
Levar a cabo as transformações necessárias implica um grande esforço para o qual é necessária a colaboração de todos nós, através da identificação dos efeitos das alterações climáticas ao nosso redor, da análise das possíveis soluções e sobretudo do trabalho para pô-las em prática.
Mas a adaptação também é um problema económico. Os efeitos das alterações climáticas fazem-se sentir em todo o mundo, mas especialmente por aqueles que têm menos recursos para os enfrentar. É por isso que a próxima Cimeira das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas que se irá realizar no Egito (COP27) tem de encontrar uma solução para um problema fundamental: definir e habilitar as ferramentas necessárias, principalmente financeiras, que permitam às economias mais desfavorecidas começar a combater os efeitos das alterações climáticas.
Temos cada vez menos tempo e é urgente encontrar o caminho. A EDP estará presente na COP27 e fará tudo ao seu alcance para que a mudança seja possível, conscientes de que o tempo joga contra nós.