A visão e perspetivas do grupo EDP para 2024
A equipa de liderança da EDP partilha a sua visão e antecipa os principais desafios para 2024. Nas próximas páginas, fique a saber o que nos reserva o futuro próximo, nesta que é uma fase crucial para atingirmos os objetivos chave da transição energética.
Num contexto macroeconómico instável, continuar a diversificar globalmente o portfólio renovável é o foco principal da empresa num ano em que se espera atingir 4 GW de capacidade renovável. 2024 será também um ano para continuar a investir fortemente em redes de eletricidade, um segmento chave para a transição energética. Como vê a evolução do papel da EDP na transição energética global, e quais os esforços planeados para contribuir positivamente para a mudança de que o mundo precisa?
A transição energética é crítica para um combate eficaz às alterações climáticas e essencial para lidar com os desafios da segurança energética e da acessibilidade a energias limpas. Os nossos objetivos são claros: eliminarmos o carvão, manter no curto prazo o gás como backup, e continuar a aposta forte nas energias renováveis, nas redes e na eficiência energética apoiando os nossos clientes.
Por outro lado, é crucial acompanharmos as mudanças no mundo e no setor, recorrendo cada vez mais ao uso de ferramentas digitais, à inovação tecnológica e investindo nas competências e no talento. Os casos dos projetos offshore Windfloat e solar flutuante no Alqueva são paradigmáticos, nesse sentido. A mensagem principal é que é necessário acelerar a expansão das Renováveis e garantir mais investimento e inovação para reduzir custos. A EDP está preparada para isso, mas precisamos de estabilidade regulatória. E o contexto macroeconómico não está a ajudar, além da intensificação das alterações climáticas.
A transição energética exige um compromisso sério de todos: governos, empresas, sociedade civil. A EDP tem hoje uma presença global a partir de quatro regiões (Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia Pacifico) e fez uma clara aposta nas renováveis desde há mais de duas décadas, passando de quase 80% de geração térmica, nessa altura, para mais de 85% de geração renovável, hoje. E temo-lo feito regidos pelo princípio da transição justa, trabalhando em conjunto com os governos, autoridades locais e comunidades nas regiões afetadas pelo descomissionamento dos ativos térmicos, como Sines. Temos planos para ter “hubs de energia verde” envolvendo energias renováveis, hidrogénio verde, armazenamento e flexibilidade nesses locais.
Hoje, as nossas emissões globais são 48% inferiores às de 2015 e pretendemos reduzir 90% das emissões absolutas em todos os âmbitos, até 2040. Temos um plano de investimento de 25 milhões de euros entre 2023-2026, dos quais cerca de 21 milhões (85%) em renováveis, incluindo eólica, solar, hidrogénio verde e tecnologias de armazenamento de energia. Isto combinado com um reforço de investimento nas nossas redes e numa oferta cada vez mais sustentável aos nossos clientes.
A EDP está preparada para o grande desafio da transição energética
Quais serão as prioridades para este ano? Em que áreas será mais crítico investir e que preocupações devemos ter mais presentes?
Olhando para 2024, o nosso foco permanece em fazer crescer o nosso portfólio de energias renováveis globalmente, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. O ano de 2023 ficou marcado por alguns atrasos na instalação de nova capacidade renovável, pelo que em 2024 temos um desafio acrescido para cumprir a meta de instalar cerca de 18 GW de capacidade renovável entre 2023 e 2026, anunciada ao mercado no Capital Markets Day, em março do ano passado. Estou confiante de que as nossas equipas estão todas a trabalhar para este objetivo. Em paralelo, continuaremos a investir em redes de eletricidade, um segmento chave para a transição energética.
Quais as estratégias de investimento da empresa para continuar a garantir a modernização das redes de energia a longo prazo? Que avanços específicos estão a moldar o setor, atualmente?
As redes de distribuição e de transmissão são um suporte inequívoco à transição energética, e requerem muito investimento para fazer face à maior produção distribuída, à eletrificação da economia, à mobilidade elétrica e ao crescente autoconsumo. Esta é uma tendência presente nos países mais desenvolvidos e que leva a que as redes tenham de ser cada vez mais descentralizadas, digitalizadas e flexíveis. Alinhada com esta tendência, a estratégia de investimento do grupo em redes passa por uma forte aposta na sua modernização, que permita viabilizar esta transição. A EDP irá investir 3,2 mil milhões de euros, até 2026, para fortalecer a digitalização, a inteligência, a resiliência e a eficiência das nossas infraestruturas, nas três geografias onde operamos em redes - Portugal, Espanha e Brasil.
É preciso dizer que a digitalização assume um papel fulcral. Este ciclo de investimento reforçará a transformação digital das redes para que se garanta qualidade, eficiência e segurança física e ciber-física. Manter-se-á a aposta na automação, controlo, telecomando e sensorização da rede, capitalizando em simultâneo o investimento que tem vindo a ser feito em “inteligência” da rede, gerindo os dados reais de comportamento da procura de energia e aplicando a informação neles contida para atuar sobre a rede, nomeadamente resolvendo as situações mais problemáticas de qualidade de fornecimento de energia.
"Agora teremos de continuar a trabalhar no nosso modelo organizacional para conseguir traduzir efetivamente a nossa globalidade e potenciar cada vez mais a colaboração, eficiência e agilidade na tomada de decisão"
Quais vão ser os desafios da EDP no próximo ano pensando na perspetiva de pessoas, do seu desenvolvimento e coesão e da atração de talento?
Com mais de 13 mil colaboradores em todo o mundo, espero que a EDP continue a evoluir como uma organização global suportada por um propósito comum. Isto tem resultado bastante evidente no último ano. Agora teremos de continuar a trabalhar no nosso modelo organizacional para conseguir traduzir efetivamente a nossa globalidade e potenciar cada vez mais a colaboração, eficiência e agilidade na tomada de decisão.
O nosso historial de resultados de clima organizacional, em geral positivos, juntamente com o reconhecimento internacional recorrente da EDP como um empregador de topo, são demonstradores do compromisso da empresa com uma experiência de trabalho positiva e atrativa, que queremos continuar a proporcionar. Estamos também empenhados numa experiência de recrutamento cada vez mais global, célere e inclusiva. Vamos manter os nossos esforços por assegurar um modelo de compensação e de benefícios cada vez mais atrativos e competitivos no mercado. Pretendemos também reforçar uma cultura de feedback e transparência e que promova a meritocracia.
Continuaremos a acelerar o desenvolvimento das nossas lideranças, capacitando-as para um papel cada vez mais global e que as ajude a desenvolver as suas próprias equipas. Será também necessário desenvolver as competências de negócio que irão permitir responder aos novos desafios da transição energética, através de uma formação cada vez mais ajustada às necessidades de cada um. E contamos continuar a promover as oportunidades internas de mobilidade, um dos melhores atributos da nossa organização global.