Descubra o nosso plano de ação
A EDP apresentou ao mercado, no início de março, em Londres, o seu plano estratégico para 2023-2026, onde anunciou um reforço significativo da aposta na área das renováveis, através de um investimento bruto de 25 mil milhões de euros e 4,5 GW por ano de adições brutas. Uma estratégia que pretende acelerar o seu crescimento sustentável a longo prazo garantindo, desta forma, o compromisso da empresa com a transição energética. Fique a conhecer este novo plano de ação, em 12 perguntas e respostas.
De que forma é que a EDP planeia alcançar as suas metas ambientais de All Green, em 2030?
Existe, por parte da empresa, a reiteração do compromisso de abandonar a produção a carvão até 2025 e atingir 100% de produção renovável até 2030, com um objetivo de alcançar Net Zero Emissions até 2040 (aprovado pelo SBTi - Science Based Targets Initiative).
Para atingir essa meta, a EDP aposta no aumento do crescimento de renováveis para cerca de 4,5 GW por ano, totalizando cerca de 18 GW de adições até 2026, com o objetivo de atingir um total de cerca de 33 GW de capacidade instalada renovável até 2026, e a ambição de alcançar mais de 50 GW até 2030.
De que forma vai ser distribuído o investimento global de 25 mil milhões?
O investimento bruto de 25 mil milhões de euros no período 2023- 2026, vai disponibilizar cerca de 21 mil milhões de euros (85%) em Renováveis e cerca de 4 mil milhões de euros (15%) em Redes de Eletricidade, o que representa um investimento médio anual de cerca de 6,2 mil milhões de euros, 30% acima do objetivo traçado no plano de negócios anterior.
Mantém-se o objetivo de diversificação do portefólio com o investimento em diferentes tecnologias renováveis: Eólico Onshore (40%), Solar Utility Scale (40%), Solar Distribuído (12%), Eólico Offshore (5%) e Baterias & Hidrogénio (3%).
A eólica offshore vai representar 5% do investimento total em renováveis, através da joint venture Ocean Winds e com uma forte expetativa de crescimento para os próximos 10 a 15 anos. Um mix tecnológico diversificado de energias renováveis é apoiado e reforçado por uma carteira hídrica com um forte perfil de geração de fluxos de caixa, proporcionando ao mesmo tempo flexibilidade e capacidade de armazenamento.
Eólica & solar
Eólica onshore (5.0 GW) - Top 4 global¹ player com vasto histórico de realizações ao longo de toda a cadeia de valor com equipas altamente experientes.
Eólica offshore (0.7 GW net) (1.9 GW em adições brutas) - Significativa oportunidade de crescimento com cristalização de valor no médio prazo e aceleração de CAPEX após 2025.
Solar Utility scale (9.4 GW) - Aumento rápido de adições, aproveitando a presença em mercados em crescimento, através de tecnologias tradicionais e novas (por exemplo, solar flutuante).
Solar de Geração Distribuída (2.1 GW) - Mercado de alto crescimento, aproveitando as capacidades e portefólio desenvolvidos, presença global com segmentos e modelos de negócios transversais e sinergias com utility scale.
Armazenamento (0.5 GW) + H2 - Materialização do mercado até 2025; foco principalmente em oportunidades co-localizadas.
Via de crescimento reforçada por metas recentes e portefólio existente; equivalente a ~0,4 GW de adições brutas em estruturas de parceria (incluindo Joint Ventures).
Como será feito o investimento nas diferentes geografias do Grupo?
Europa e América do Norte vão contar com 80% do investimento, repartidos por uma fatia igual de 40% em cada geografia. Os restantes 20% serão divididos pela América do Sul (15%) e Ásia-Pacífico (5%).
Dos 22,4 GW que a EDP possui de capacidade instalada em renováveis atualmente, 11,3 GW encontram-se na Europa, 7,2 GW na América do Norte, 3,1 GW na América do Sul e 0,7 GW na região APAC. No total, a empresa gerou, no ano passado, 45 TWh provenientes de fontes renováveis.
Que importância terá o segmento de redes de eletricidade?
No segmento das redes de eletricidade, ao qual serão alocados 4 mil milhões de euros do plano de investimento, a EDP irá aumentar e diversificar o seu portefólio, que continuará a representar um fator de estabilidade para o negócio do Grupo. O plano estratégico prevê ainda a expansão de redes de distribuição para 400 mil quilómetros, 9 milhões de contadores inteligentes (mais 2,5 milhões face a 2022) e 12 milhões de pontos de acesso (mais 500 mil do que em 2022).
Negócio de distribuição
Qual o papel da inovação e a digitalização nos próximos anos?
A inovação e a digitalização mantêm-se no centro da estratégia, impulsionando a mudança e acelerando a transição energética com um investimento reforçado de 3 mil milhões de euros até 2026 (2 mil milhões de euros para digitalização e mil milhões de euros para inovação).
Em relação à digitalização, a EDP quer acentuar a mentalidade e cultura “Digital First”, impulsionando oportunidades e a agilidade da empresa. Nesse sentido, o objetivo é chegar a 2026 com 85% dos seus ativos de energia com analítica avançada, ter Inteligência Artificial em 100% dos seus negócios e 95% dos seus processos digitalizados.
No que diz respeito à inovação, a empresa pretende desenvolver e escalar projetos incubados internamente, construir relações mais próximas com stakeholders, através, por exemplo, de pilotos de inovação aberta, e continuar a investir em startups estratégicas de elevado potencial. A rápida adoção de inovação para acelerar o impacto do que é novo, e o envolvimento das pessoas à escala global e fortalecimento da capacidade de previsão e expertise empresarial do Grupo, são os objetivos macro.
Por que motivo a EDP lançou uma OPA de 100% sobre a sua subsidiária cotada EDP Brasil?
De acordo com a EDP, o objetivo desta operação é simplificar a estrutura empresarial e ganhar valor com a sua retirada de bolsa. O Brasil é um mercado de grande dimensão com bases sólidas e várias oportunidades na transição energética, onde a EDP continuará a apostar em redes e energias renováveis através de uma remodelação da sua carteira. A empresa procura, desta forma, reforçar o foco nos segmentos de energias renováveis e redes, ao mesmo tempo reduzindo a exposição à geração hídrica e a saída da produção termoelétrica.
Desde 1995, a EDP Brasil cresceu com mais duas concessões de distribuição de eletricidade com 3,8 milhões de clientes, linhas de transmissão com mais de 2 mil quilómetros e 2 GW de capacidade hidroelétrica. A EDP Renováveis Brasil, fundada em 2009, tem 1,1 GW de renováveis operacionais.
De que forma será esta operação financiada?
A oferta será financiada por um aumento de capital de mil milhões de euros na EDP, colocado junto de investidores institucionais, e proporcionará uma maior flexibilidade para gerir a presença integrada do Grupo neste mercado.
A EDP executou já este aumento de capital, conforme comunicado ao mercado no dia 03/03/2023. A retirada bolsista da EDP Brasil deverá estar concluída no terceiro trimestre de 2023.
Qual é a nova política de dividendos existente?
A empresa implementou uma nova política de dividendos, com um rácio de Payout entre 60-70% e um aumento do dividendo mínimo para 0,20 euros por ação em 2026. De acordo com a EDP, este plano representa um claro compromisso com a transição energética, através de uma aceleração do investimento e do crescimento sustentável, com uma organização mais global e simples, com o objetivo de criar valor para os nossos stakeholders.
Quais são algumas das metas da EDP em termos de ESG?
O plano estratégico prevê mais de 3.000 novas contratações até 2026 para um total líquido de 14.000 colaboradores e a meta de ter 31% de mulheres em posições de liderança, assentando a sua estratégia de gestão de talentos na atração, experiência e desenvolvimento e renovando o seu reconhecimento como um empregador de topo em todos os mercados onde está presente.
Atualmente, a EDP conta com pessoas de 64 nacionalidades em todo o mundo, que continuarão a suportar os ambiciosos objetivos do Grupo através do seu dinamismo e diversidade.
A EDP continuará também a apoiar as comunidades para que tenham um papel ativo na transição energética. Um compromisso que manterá em paralelo com o esforço de proteção do planeta para as gerações futuras e envolvendo os seus parceiros para uma transformação decisiva. Nesse sentido, o Grupo prevê investir até 200 milhões de euros no horizonte temporal de 2021-2026 em iniciativas de impacto social.
Por que razão soluções como hibridização, repowering, armazenamento e hidrogénio têm uma importância crescente no negócio do Grupo?
A empresa está a usar o seu portefólio de recursos e as suas infraestruturas para obter vantagem competitiva na implementação de energias renováveis, destacando-se num mercado cada vez mais concorrido e explorando novas oportunidades de investimento em energias renováveis.
Neste sentido, a hibridização, processo no qual as diferentes tecnologias de geração renovável são combinadas para produzir eletricidade de uma forma mais eficiente, ao complementar os pontos fortes de uma tecnologia com os pontos fortes de outra, é uma das grandes apostas neste novo plano. Estão previstos cerca de 60 projetos, com cerca de 1 GW no total, na Europa.
Há uma aposta firme também no repowering, isto é, na modernização do sistema de geração de energia existente, que pode aumentar a capacidade instalada e a longevidade dos parques. Estão previstos avançar oito projetos, com cerca de 70 MW na Europa, depois do projeto de Blue Canyon II Wind se ter revelado um sucesso, que através do repowering teve um aumento de capacidade instalada de cerca de 10% e uma longevidade prolongada de cerca de 30 anos.
Outra das soluções na qual a empresa irá investir cada vez mais é no armazenamento de energia. Está previsto um aumento de mais 0,5 GW em baterias para 2023- 26, em grande parte co-localizado, assim como estão asseguradas cerca de 33% das adições brutas. O mercado da América do Norte, mais maduro, representa cerca de 90%, com cerca de 40 MW já em construção e 3 GW em desenvolvimento, mas a EDP está a explorar outros mercados para alavancar a sua presença.
No caso do hidrogénio, o objetivo é chegar a uma capacidade instalada bruta de 1,5 GW até 2030, permitindo o uso de energias renováveis para a construção de opções a longo prazo e apostando nas parcerias como mecanismo para escalabilidade.
- Alavancando a capacidade de conexão da rede existente (por exemplo, solar para eólica, solar para hidroelétrica, eólica para hidroelétrica).
- ~1 GW na Europa (60 projetos), incluindo o primeiro projeto híbrido ibérico em operação.
- Exemplo: projeto híbrido de 70 MW de energia solar flutuante, 70 MW de energia eólica e 14 MW de solar utility scale.
- Aumentando a capacidade instalada e a longevidade dos parques.
- Cerca de 70 MW na Europa (8 projetos).
- Exemplo: O parque eólico Blue Canyon II aumentou a capacidade instalada em cerca de 10% e aumentou a sua longevidade em cerca de 30 anos.
- +0,5 GW de armazenamento de bateria para 2023-26, principalmente co-localizados.
- ~33% das adições brutas seguras.
- ~90% na América do Norte (mercado mais maduro, 40 MW já em construção, pipeline de 3 GW).
- Explorando outros mercados, alavancando a presença da EDP.
- Permitindo a implantação de fontes renováveis de energia e construindo opções de longo prazo.
- Capacidade instalada bruta de 1,5 GW até 2030.
- Parcerias como mecanismo para aumentar a escala.
- Vantagem competitiva através de projetos de transição justa na Península Ibérica.
Como irá crescer o mercado de solar de geração distribuída (solar DG)?
O solar DG (sistemas localizados próximos ou dentro dos locais de consumo, instalados em telhados ou terrenos com o objetivo de gerar energia elétrica para consumo local) é uma tendência crescente em todo o mundo, devido aos benefícios ambientais, económicos e de segurança energética que oferece. Com um mercado em crescimento na ordem dos 40-50% globalmente, com cerca de 80% destas adições a acontecerem em mercados onde a EDP está presente, a empresa pretende adicionar 2,1 GWac até 2026, consolidando a sua posição nesta tecnologia inevitável no futuro da transição energética.
Quais são as perspetivas de crescimento?
Alcance de um EBITDA recorrente de 5,7 mil milhões de euros em 2026, com um crescimento anual médio (CAGR) de 6% em 2022-2026 e resultado líquido recorrente de 1,4-1,5 mil milhões de euros em 2026, com um crescimento anual médio (CAGR) de 12%-14% em 2022-2026. Manutenção de um balanço sólido, suportado pelo fluxo de caixa orgânico e pela Rotação de Ativos, reiterando o compromisso de rating de crédito “BBB”, com um rácio FFO/Dívida Líquida 12 de 21% em 2026.
Revista edpON
Leia mais na nossa revista
A revista edpON é uma publicação premium, global e actualizada, que pretende valorizar o dinamismo, o talento e a energia da EDP. Um elemento de coesão para os 13.000 colaboradores em todo o mundo, reforçando a nossa cultura e o nosso propósito. E, ao mesmo tempo, um amplificador das realizações da empresa junto do público externo.
Conheça os bastidores do Dia do Mercado de Capitais e do plano de negócios do Grupo EDP na nossa revista!
Partilhe nas redes sociais:
