A pobreza energética é um desafio social premente que afecta milhões de pessoas na UE, motivando a investigação e o desenvolvimento de estratégias. Poderão as comunidades de energia renovável ser a solução?
De acordo com o EUROSTAT, em 2022, 41 milhões de indivíduos na UE não conseguiam aquecer adequadamente as suas casas, representando 9,3% da população total da UE e subindo para 17% em Portugal, como também destacado nos policy briefs da SocialWatt, um dos projetos de I&D da EDP NEW.
As Comunidades de Energia Renovável (CER), para além da produção de energia, pretendem obter benefícios ambientais, económicos ou sociais para a comunidade, ao mesmo tempo que capacitam os seus membros para a transição energética. Assim, as CER, na sua génese, são fundamentais para aliviar a pobreza energética, garantindo o fornecimento de eletricidade fiável e acessível, através de energia de origem local. Além disso, as CER podem proporcionar possibilidades de receitas adicionais para comunidades economicamente vulneráveis, através de sistemas de financiamento e modelos de negócio inovadores.
A EDP NEW participa em projetos de I&D financiados pela Horizon Europe, como o ProLight e o Eyes Hearts Hands: Revolução Urbana, que prevêem a avaliação do funcionamento das CER em contextos economicamente vulneráveis. Adicionalmente, prevê-se ainda que sejam desenvolvidos modelos de negócio que considerem a mobilidade elétrica e soluções de armazenamento como meios para aumentar a viabilidade financeira e criar novos fluxos de receitas. Para além da criação de CER, os projetos incluem a renovação de dois bairros de habitação social na cidade do Porto (por exemplo, melhorando o isolamento e os vidros) com o objetivo de aumentar o conforto térmico e, em última análise, aliviar as situações de pobreza energética.
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Imagem disponibilizada pelo website do projeto europeu ProLight.
No âmbito do projeto europeu POCITYF, foi desenvolvida uma plataforma Peer-to-Peer (P2P) para a partilha e o comércio de energia nas comunidades, que também permite a doação de energia P2P, reforçando o compromisso e a responsabilidade social e apoiando simultaneamente as famílias com baixos rendimentos.
Podem ser explorados outros modelos de financiamento e de impacto social, como o aluguer/empréstimo de telhados de habitações sociais a empresas de serviços públicos que poderiam depois canalizar as receitas para obras de renovação dos edifícios.
Já existem projetos implementados em que estão a ser utilizados modelos inovadores para promover as CER e o impacto social. A EDP tem vindo a defender este tipo de projectos, através de acções que vão desde a sensibilização à implementação de projectos comunitários de energias renováveis, como o Bairro Solar, em Saragoça (ES), onde agregados familiares vulneráveis recebem energia das CER gratuitamente e sem qualquer investimento. O Solar Solidário é um projeto da Fundação EDP para apoiar instituições de solidariedade social e famílias através de sistemas fotovoltaicos de auto-consumo e consumo comunitário. Um exemplo é a ação no Bairro da Cova da Moura, que forneceu sistemas de autoconsumo e modernização de aparelhos a 150 famílias, desenvolvida em estreita cooperação com associações solidárias locais.
Há ainda um caminho a percorrer no combate à pobreza energética e na implementação generalizada das CER. Mas, enquanto o estamos a percorrer, sabemos que amanhã o Sol voltará a nascer para todos.
Exemplo da intervenção no Bairro do Sobreiro (Portugal), no âmbito do projeto EHHUR (o antes e o depois).
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Soluções promissoras para promover as comunidades energéticas
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