Na era digital, a EDP quer pessoas e tecnologia a lutar pelo impossível.
Realidade aumentada, biometria, drones, análise de dados e cibersegurança… são termos que normalmente não associamos à EDP. Mas é a realidade de um Grupo que está a passar por um processo de transformação e rejuvenescimento geracional. Em resposta à revolução digital e às necessidades cada vez mais variadas dos clientes, a empresa tem vindo a integrar jovens que desempenham atividades mais tecnológicas e mais “fora da caixa”.
João Sabido ainda não passou a “barreira” dos 30, mas já projeta uma imagem de confiança e de sucesso. Com olhos curiosos, fala-nos com entusiasmo sobre a profissão que ocupa há dois anos na EDP Inovação.
O que fazemos é trazer inovações, startups ou projetos para a EDP, todos com um objetivo comum: trazer vantagem competitiva à empresa. Identificamos as necessidades cá dentro, fazemos um matching das mesmas com os projetos que encontramos, e por fim tentamos implementá-los na EDP.
João Sabido, Analista de Apoio ao Empreendedorismo na EDP Inovação
Esse foi o caso, por exemplo, da aplicação de tecnologia “futurista” a centrais elétricas, que vieram facilitar muito a vida aos técnicos de manutenção, através de sistemas digitais e realidade aumentada. Por um lado, permite-lhes localizar facilmente as máquinas que necessitam de reparação e, por outro, através de óculos de realidade aumentada, podem obter rapidamente instruções no local, sobre os procedimentos a adotar para resolver incidentes.
A utilização de drones para avaliar o estado das turbinas elétricas nos centros produtores é outro exemplo da aplicação de tecnologia inovadora ao dia a dia de uma empresa que já é composta maioritariamente por Millennials (36%), ou seja, jovens que nasceram entre o início dos anos 80 e finais dos anos 90.
Amigos improváveis: do eletricista ao digital expert
Já lá vai o tempo em que as máquinas nas centrais elétricas eram controladas manualmente, em painéis analógicos. A evolução dos tempos trouxe consigo um grande desafio à EDP — garantir que o conhecimento das gerações anteriores não se perde, ao mesmo tempo que se integram jovens colaboradores, a inovação tecnológica e novas formas de trabalhar.
A nível corporativo, a empresa criou o programa Valorizar a Experiência, com o objetivo de aproveitar o conhecimento e experiência dos colaboradores mais antigos e dinamizar a sua transferência, antes de saírem para reforma ou pré-reforma.
Em paralelo, algumas Unidades de Negócio definiram planos de transferência de conhecimento, onde têm desenvolvido programas de Gestão de Conhecimento com um número significativo de colaboradores que se encontram a sair da empresa. Este conhecimento é muito apreciado pelas novas gerações, que reconhecem a sua importância e o seu valor.
Mafalda Costa nasceu em janeiro de 1984 e é Product Owner de uma aplicação IT Analytics na DGU (Digital Global Unit), que era a antiga Direção de Sistemas de Informação — a própria mudança de nome do departamento revela a transformação da empresa. Mafalda destaca ainda a sua diversidade, em termos de pessoas com diferentes idades e níveis de experiência.
Temos contacto com gerações diferentes e é interessante perceber o “eu ainda sou do tempo” de quando se fazia as coisas de outra forma. E eu acho que isso ainda é mais engraçado nestas áreas de tecnologia porque, de facto, havia uma Digital Unit há 20 anos e há uma Digital Unit agora, portanto seguramente temos pessoas que assistiram a uma realidade que não tem nada a ver com a nossa.
Mafalda Costa, Product Owner na DGU
A aprendizagem a partir da experiência de gerações mais antigas é, na verdade, uma troca fundamental para o bom funcionamento de qualquer empresa, conforme explica Eduardo Boratto, Trainee da EDP.
“As pessoas que estão cá desde o início sabem como os sistemas foram construídos e como as coisas começaram. E é necessário que elas expliquem aos jovens: “olha, isto funciona assim, aquilo assim” para que os jovens possam então pensar “como é que podemos fazer esse sistema-base funcionar melhor, de forma diferente?”. Sem o conhecimento base, o jovem não se consegue situar e trazer novas ideias e, por outro lado, sem as novas ideias, o negócio fica estagnado. Portanto eles são completamente complementares.”
Contratar pessoas no século XXI
A par de definir estratégias para valorizar a experiência de quem sai, a empresa também já tomou medidas para acolher as gerações que agora entram. O recrutamento está a fazer uma passagem para o digital, de forma a agilizar a experiência dos candidatos, cada vez mais “digital natives” e vindos de diferentes países — testes online “gamificados” e entrevistas em vídeo automatizadas estão entre as ferramentas empregues no processo de Recrutamento e Seleção do EDP Trainee Program 4.0.
Achei o programa Trainees da EDP no portal de oportunidades da minha universidade (ESADE). Quando realizei o processo de seleção, eu estava morando e trabalhando numa empresa de consultoria em Barcelona, sendo difícil para mim fazê-lo de forma presencial. A EDP permitiu realizar todo o processo à distância: testes online, um “Business Case” e entrevistas... tudo através da internet.
Marina Maldonado Martín, Analista Sénior de Marketing na EDP Brasil
O Programa de Trainees é considerado a melhor prática a nível de recrutamento na EDP e uma forma de atração de talento diferenciado que também ele está em constante evolução. Para a 4ª edição, a iniciar em setembro de 2018, foi desenhado um processo predominantemente digital em que, de milhares de candidatos, serão selecionados os melhores 180 para interagirem com a empresa e se darem a conhecer num “assessment day” que será dinamizado em três geografias – Portugal, Espanha e Brasil (poderá também ser realizado online, caso necessário).
A diversidade de pessoas junta-se à grande variedade de áreas de negócio disponíveis, pelas quais os Trainees podem passar ao longo do programa, acumulando experiências e saber até chegarem à área em que o Grupo os irá acolher de forma permanente.
Esse percurso é caracterizado pela quantidade de aprendizagens que podem realizar ao ter contacto com várias áreas e por vezes em diferentes geografias, com um acompanhamento muito próximo através de aconselhamento de carreira e formação interna que enriquece a experiência do participante no Programa e o prepara para os desafios que em breve irá ajudar a ultrapassar.
Pela felicidade dos colaboradores
A juntar à variedade de experiências, está em curso uma mudança cultural na EDP, que também tem chamado a atenção dos Millennials. A felicidade dos colaboradores é uma prioridade, pelo que têm sido desenvolvidos programas que procuram fazer um acompanhamento especial em várias etapas da vida de cada um (na gravidez, ou após a chegada de um filho, por exemplo), além de criar oportunidades para a concretização de metas mais pessoais (mesmo em horário laboral), como o voluntariado.
A sociedade tem vindo a perceber que o horário rígido, das 9h às 18h, já não faz sentido em determinadas profissões e a EDP tem acompanhado essa tendência. Tirando o caso do trabalho por turnos, que é necessário em várias funções, a lógica é cada vez mais a da flexibilidade de horários com base no cumprimento de objetivos, permitindo uma maior conciliação entre a vida pessoal e profissional.
Existe flexibilidade. Se por exemplo eu tiver uma consulta e tiver de sair um pouco mais cedo ou fazer uma hora de almoço prolongada, isso é flexível. Acho que posso dizer que o facto de termos objetivos e tarefas definidas é o mais importante — temos um determinado trabalho a fazer e temos de o entregar.
Inês Vidigueira, Digital Expert na EDP
Uma cultura empresarial renovada
Os próprios líderes da EDP estão a ser preparados para se tornarem “influenciadores para a transformação”, ou seja, para que possam estimular cada vez mais um ambiente aberto a perguntas, que seja potenciador de inovação e promova maior colaboração e simplificação de processos.
O objetivo é reduzir os receios e eventuais frustrações dos colaboradores de todas as gerações, transformando as suas diferenças em mais-valias.
No caso dos novos perfis de Millennials (a geração Y) que têm vindo a integrar a organização, a EDP acredita que serão “mais uma oportunidade para aumentar os agentes de mudança, uma vez que impulsionam a eficiência e a otimização, através das suas competências mais digitais e tecnológicas”.
Daí que haja um grande investimento em políticas de acolhimento, formação e integração destes jovens: uma vasta oferta na universidade corporativa, iniciativas de teambuilding, bibliotecas e plataformas de informação online, sessões de partilha de conhecimento e mesmo intercâmbios internacionais.
Tecnologia e pessoas que alcançam o “impossível”
Num Grupo tão grande e diverso como a EDP — que se distribui por várias geografias e integra inúmeras profissões — a transformação digital constitui uma enorme vantagem: potencia a comunicação e agiliza processos, facilitando a vida aos colaboradores e contribuindo para uma cultura de maior flexibilidade no geral. Mas constitui também um grande desafio, nomeadamente no que toca à capacidade de adaptação das gerações mais antigas.
Felizmente para todos, a colaboração intergeracional é vista com muito bons olhos e a colaboração é apreciada. Nas palavras do Trainee João Sabido, “esse é o lado bom do meu trabalho: é lidar com muitas pessoas, e de facto elas têm muito a ensinar e também estão disponíveis para aprender”.
O mote da 4ª edição do EDP Trainee Program é “The world is filled with impossible ideas”. Para Eduardo Boratto, essa mensagem foi reforçada progressivamente ao longo da sua carreira na empresa. Encontrou “pessoas que estavam dispostas a lutar para que o impossível não existisse. Estavam abertas a novas formas de fazer as coisas, a novas ferramentas, inclusive a novas tecnologias.”
Na sua opinião, é essa colaboração dentro da EDP que desafia os limites e em última análise “possibilita chegar a um lugar a que muitas pessoas acreditam que não é possível chegar”.