Descubra algumas das espécies animais mais ameaçadas atualmente e casos de sucesso em que a extinção foi evitada. Saiba ainda de que forma pode ajudar.
Atualmente, existem cerca de 41.415 espécies (animais e plantas) na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), 16.306 delas são espécies ameaçadas de extinção. Uma espécie é classificada como “ameaçada” quando a sua população diminuiu entre 50% e 70% ou quando a sua população está restrita a menos de 250 adultos.
6 das espécies mais ameaçadas em 2023
Conheça 6 das espécies de animais mais ameaçadas em 2023 e quais as entidades que têm vindo a trabalhar para as proteger.
1. Rinocerontes de Java
São uma das espécies de mamíferos de grande porte mais ameaçadas. Atualmente, estima-se que existam apenas 67 rinocerontes de Java.
Visite o site da International Rhino Foundation e descubra como pode ajudar.
2. Gorilas das montanhas
Durante décadas, os gorilas das montanhas foram alvo de caça descontrolada, doenças e perda do seu habitat. Neste momento, continuam a ser uma espécie ameaçada.
Visite o site do International Gorilla Conservation Program e descubra como pode ajudar.
3. Tigre
Os tigres estão classificados globalmente como "Em Perigo", estando as subespécies Malaia e Sumatra listadas como "Criticamente em Perigo". Estima-se que existam apenas 3.500 tigres na natureza em todo o mundo.
Visite o site da Wildlife Conservation Society e descubra como pode ajudar.
4. Vaquita
O Vaquita (literalmente “vaca pequena”) é um pequeno boto nativo do Golfo da Califórnia, no México. É o menor cetáceo (conhecido) vivo, atualmente, e corre risco de extinção devido ao perigo que as redes de pesca têm representado.
Visite o site da Porpoise.org e descubra como pode ajudar.
5. Elefante asiático
A população de elefantes asiáticos diminuiu cerca de 50% nos últimos 75 anos, e estima-se que restem entre 20.000 a 40.000 elefantes asiáticos na natureza.
Visite o site da International Elephant Foundation e descubra como pode ajudar.
6. Orangotango
Há um século, existiam, provavelmente, mais de 230.000 orangotangos. Atualmente, estima-se que existam 104.700 orangotangos de Bornéu (Ameaçado), e 7.500 de Sumatra (Criticamente Ameaçado).
A destruição e a degradação da floresta tropical, principalmente a floresta de planície, é a principal ameaça a esta espécie. O óleo de palma, um ingrediente encontrado em muitos alimentos e produtos cosméticos comercializados hoje em dia, contribui para a rápida desflorestação da Sumatra. O habitat dos orangotangos está a ser destruído a uma velocidade alarmante, para a conversão dos terrenos em plantações.
Visite o site da World Wildlife.org e descubra como pode ajudar.
Casos de sucesso na extinção de espécies
Nem tudo são notícias alarmantes, no entanto. Em alguns casos, foi já possível reverter o estado de quase extinção e há espécies em franca recuperação. Eis alguns exemplos.
O Jacaré-Chinês
Este réptil de água doce, uma das espécies mais pequenas de jacarés, viu a sua população quase erradicada. O Centro de Investigação de Anhui para a Reprodução de Jacarés-Chineses, criado em 1979, tem sido muito bem sucedido na reprodução em cativeiro da espécie.
No seu centro, abrigam cerca de 75% dos 20.000 exemplares nascidos em cativeiro em todo o mundo. Em 2019, 228 jacarés-chineses foram libertados na natureza na Reserva Natural de Jacarés-Chineses de Anhui.
O rinoceronte-branco-do-sul
Em 1900, era a espécie mais ameaçada entre as cinco espécies de rinocerontes, com menos de 20 elementos, localizados numa reserva na África do Sul. Ao longo das décadas, os seus números aumentaram gradualmente, auxiliados por medidas de proteção e gestão bem sucedidas.
Atualmente, estima-se que existam 18.000 na natureza, tornando o rinoceronte-branco-do-sul o rinoceronte mais abundante de todos. Em contraste, restam apenas duas fêmeas de rinoceronte-branco-do-norte, e vivem em cativeiro.
O lobo cinzento do México
É a subespécie de lobo cinzento mais rara e ameaçada de extinção na América do Norte. Em 1950, o lobo cinzento já não existia na natureza nos Estados Unidos e restavam menos de 50 indivíduos no México. Sobrevive hoje graças a esforços conjuntos de conservação entre os governos dos EUA e do México.
Cinco lobos foram capturados no México, entre 1977 e 1980, para iniciar um programa de reprodução em cativeiro e, até 1998, foram libertados 100 lobos em áreas de recuperação, no Arizona e no Novo México. Um levantamento da população, feito no início de 2021, concluiu que existem 186 lobos cinzentos mexicanos na natureza.
O lince ibérico
O lince ibérico tem sido sempre um dos felinos mais ameaçados. Até 2015, fazia parte da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) como espécie “Criticamente em Perigo” de extinção. A espécie chegou a estar em pré-extinção em Portugal, em 2002, porque existiam apenas 52 linces adultos na natureza.
A população voltou a crescer graças aos esforços realizados em Espanha e em Portugal. Vinte anos depois, conta com uma população estimada de cerca de 200 linces em Portugal e já ultrapassou os 1000 linces adultos em liberdade.
A nossa responsabilidade
De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza, a destruição do habitat é a principal ameaça que enfrentam 85% de todas as espécies em perigo de extinção.
Todos podemos ajudar, de várias formas:
- apoiando as instituições que mais diretamente trabalham para proteger estas espécies;
- fazendo escolhas conscientes enquanto consumidores;
- plantando árvores nativas (ou apoiando instituições que o fazem);
- limpando terrenos e praias;
- praticando turismo consciente.
Estas são apenas algumas opções que estão ao nosso alcance, para reduzir a extensão do impacto que as ações humanas têm no habitats naturais.
Nas palavras de Sir David Attenborough: "A verdade é que não se trata apenas de salvar os animais em perigo de extinção; estamos a trabalhar para nos salvarmos. As espécies ameaçadas são um aviso de que a nossa própria sobrevivência está em perigo".