No Brasil, “a minha pátria é a língua portuguesa”.
O Museu da Língua Portuguesa materializa o verso de Pessoa, pelo seu heterónimo Bernardo Soares: “A minha pátria é a língua portuguesa”. Celebra uma “pátria” maior, tão sem fronteiras e global como é a Língua Portuguesa. Aberto ao público, na cidade de São Paulo, Brasil, em 2006, o MLP (Museu da Língua Portuguesa) viria a fechar em 2015 quando sofreu um incêndio de grande dimensão. Desde então, e mesmo durante a sua reconstrução, manteve vivo o seu propósito de “valorizar a diversidade da língua portuguesa, celebrá-la como elemento fundamental e fundador da cultura e aproximá-la dos falantes do idioma em todo o mundo”, como se pode ler no website do museu. Na linha dos seus valores e compromissos, a EDP foi a principal patrocinadora da reconstrução do MLP, com uma contribuição de quase 25% do valor total da obra. E em 2021, qual Fénix, o MLP ressurgia das próprias cinzas, com o mesmo propósito, mas ainda mais vivo, tecnológico e interativo.
Resgatar a história e criar uma pátria maior
Ter contribuído para a reinauguração e devolução à sociedade do MLP, um dos mais importantes ícones culturais do Brasil, é motivo de orgulho para a EDP.
Devolver o museu à população, em julho de 2021, só foi possível com uma aliança entre o poder público e a iniciativa privada. O Governo do Estado de São Paulo, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, conceberam a reconstrução do MLP, que teve como patrocinador máster a EDP e outros patrocinadores como o Grupo Globo, o Grupo Itaú e Sabesp.
Um idioma que nos une
A escolha do local para a concretização deste museu é por si só emblemática dos objetivos deste que é um dos primeiros museus totalmente dedicados a um idioma. O MLP foi edificado em São Paulo, a cidade com o maior número de falantes de português no mundo, e na histórica Estação da Luz, também ela plena de significados. Desde sempre, esta Estação foi um dos principais pontos de passagem dos imigrantes que chegavam ao Brasil e mantém-se, até aos dias de hoje, como um espaço dinâmico de contacto e convívio intercultural, onde se podem ouvir diferentes sotaques brasileiros.
Um museu para todos
Se pensarmos que o Português é a língua oficial de 9 países, ou seja, de mais de 260 milhões de pessoas, sem contabilizar Macau e os pelo menos 7 milhões de pessoas que falam português e vivem fora dos seus países de origem, podemos até dizer que não será um museu para todos, mas será com certeza para muitos falantes da língua portuguesa em todo o mundo.
Nos primeiros anos de funcionamento, entre 2006 e 2015, o MLP recebeu 3.931.040 visitantes, mais de 30 exposições temporárias, cursos, palestras, apresentações artísticas e vários prémios. Uma riquíssima oferta cultural e artística, preparada por uma equipa multidisciplinar, que permitiu que os visitantes pudessem ligar-se de forma dinâmica e interativa à origem, história e diversidade da Língua Portuguesa.
Renascer literalmente das cinzas
Após 5 anos de trabalhos de reconstrução, o museu apresenta novas experiências, maioritariamente suportadas por recursos interativos e tecnológicos que conduzem o público numa viagem sensorial, na qual a Língua Portuguesa se revela diversa, rica, cultural, artística, viva e em construção.
Destacamos aqui um pouco do que podemos encontrar na exposição principal do MLP:
Por serem das experiências mais queridas do público, o Beco das Palavras e a Praça da Língua mantiveram-se no museu e foram renovadas com nova tecnologia.
O Beco das Palavras – Em mesas interativas, descobrimos de forma lúdica a origem das palavras da língua portuguesa e os mecanismos com que a nossa língua se renova.
Praça da Língua – Considerada uma das experiências originais do museu, uma espécie de “planetário do idioma”, homenageia a língua portuguesa escrita, falada e cantada, num espetáculo imersivo de luz e som.
Das novas instalações do MLP constam, por exemplo, Línguas do Mundo – Os sons dos idiomas e Falares.
Línguas do Mundo – Os sons dos idiomas, onde os visitantes podem ouvir a sonoridade de 23 línguas (das mais de 7 mil línguas faladas no planeta).
Falares, que traz os diferentes sotaques, vocabulário e visões do Mundo através da mesma língua.
A par do conteúdo revisto e ampliado das exposições, o MLP tem um novo terraço, com vista para o Jardim da Luz e a Torre do Relógio, e, por força das circunstâncias, reforçou as medidas de prevenção de incêndios.
Para ser de todos e para todos, o Museu foi também concebido com recursos de acessibilidade física e de conteúdo.
A EDP continua na senda da preservação da cultura e, além do Museu da Língua Portuguesa, patrocina a restauração do Museu do Ipiranga, construído em homenagem à independência do Brasil. Aliou-se ainda à iniciativa Resgatando a História, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social), que visa recuperar e dinamizar património material e imaterial do Brasil.