Reintrodução da águia pesqueira entra na fase final

Quinta-feira 16, Julho 2015

 Doze crias de águias pesqueiras acabam de aterrar em Lisboa

Provenientes da Finlândia e da Suécia, as aves têm como destino a albufeira do Alqueva no Alentejo. Ao longo das próximas semanas, ficarão entregues aos cuidados de uma equipa de biólogos do Centro de Investigação em Biodiversidade (CIBIO) da Universidade do Porto. No final do verão, já jovens adultos, capazes de longos voos, migrarão para sul, rumo a África. Completa-se assim o 5º e último ano do projeto de reintrodução da águia pesqueira em Portugal, financiado pela EDP. Com as recém-chegadas, sobe para 56 o número de águias pesqueiras criadas em Portugal no âmbito deste projeto. A probabilidade de algumas regressarem para aqui se reproduzirem cresce a cada ano que passa. A águia pesqueira deixou de nidificar em território nacional há quase duas décadas, facto que classifica a espécie como em “risco de extinção”.

Das águias nórdicas que cresceram na Herdade do Roncão, já foram avistadas três nas imediações da albufeira, muito provavelmente, regressadas das áreas onde se mantêm até à idade reprodutora, que em regra se situam na África Ocidental, sobretudo nas zonas costeiras do Senegal, Gâmbia e Guiné Bissau. Falta cumprirem a última etapa, a da nidificação, para que o projeto possa cumprir a plenitude dos seus objetivos.
Ainda assim, há já efeitos positivos assinaláveis. Nas arribas da Arrifana, há um 1º casal com duas crias, algo que não acontecia desde 1996. Para os especialistas, este facto é o resultado dos projetos de reintrodução na Península Ibérica, iniciados na Andaluzia em 2003, e posteriormente em Portugal em 2011 e País Basco em 2013. O grande número de águias libertado no conjunto destes programas acaba por chamar a atenção de águias de outras regiões, designadamente do Norte de África, para o território ibérico, atraindo aves em idade de reprodução.

Para a EDP, este projeto de reintrodução é um marco da política de sustentabilidade da empresa. O investimento na proteção da biodiversidade tem sido uma das prioridades, traduzido em programas de compensação de impactos causados pela atividade, com especial enfoque nas zonas das novas hidroelétricas, bem como no financiamento de projetos desenvolvimentos por reputadas entidades do meio académico, científico e Organizações Não Governamentais (ONG).