EDP financia sete projetos de energia solar em cinco países africanos
Vários projetos sustentáveis e de acesso a energia limpa vão receber um financiamento total de meio milhão de euros através do Fundo A2E. Iniciativas poderão beneficiar mais de 30 mil pessoas.
A energia solar é um elemento comum aos sete projetos que a EDP, através do Fundo A2E (Access to Energy), vai apoiar em cinco países em África: Angola, Moçambique, Nigéria, Ruanda e Maláui. Desde sistemas de refrigeração para peixe e fruta em mercados locais até à eletrificação de escolas, centros de saúde, passando pelo abastecimento de tecnologias que permitem dessalinizar a água, todos os projetos apresentam na base a mesma fonte de energia renovável: o sol.
As propostas selecionadas nesta terceira edição do fundo – de um total de 115 candidaturas – contam agora com um financiamento global de meio milhão de euros, com o qual a EDP pretende promover o acesso a energia limpa em regiões mais remotas e carenciadas e, dessa forma, ajudar a combater a pobreza energética nesses territórios. Tal como nas edições anteriores, o Fundo A2E aposta em iniciativas que intervenham em cinco áreas prioritárias – educação, saúde, agricultura, empresas e comunidade – e valoriza critérios de avaliação como o impacto social, parcerias, sustentabilidade, potencial de expansão ou viabilidade financeira.
Moçambique e Nigéria são nesta edição os países com mais projetos, dois cada. No primeiro caso, os projetos a apoiar são da Luwire Wildlife Conservancy, que envolve a criação de um sistema solar para alimentar serviços básicos da população local e a rega de campos agrícolas, e o Viva conAgua de Sankt Pauli, que pretende dar acesso a água potável através de uma tecnologia de dessalinização. No caso da Nigéria, ambas as propostas envolvem sistemas de refrigeração: a Koolboks quer instalá-los em oito mercados para vendedoras de peixe na zona de Lagos e a ColdHubs pretende criá-los para apoio a uma comunidade de mulheres agricultoras.
O OffGridBox é o projeto que será apoiado no Ruanda e que visa fornecer energia e água potável em seis campos de refugiados. Já a ADDP Angola quer abandonar os geradores a diesel, trocando-os por um sistema de energia renovável para abastecer escolas. Por fim, o projeto da DAAP Maláui visa diretamente o abastecimento elétrico de uma escola profissional a partir de uma plataforma solar.
O Fundo A2E dá assim continuidade ao programa iniciado em 2018, somando desde então um apoio total de um milhão de euros a 13 projetos que contribuíram para melhorar a vida de 65 mil pessoas e indiretamente, de cerca de um milhão. Cada um dos projetos nesta nova edição conta com apoios financeiros entre 25 mil e 100 mil euros, estimando-se que o seu desenvolvimento possa ter um impacto positivo direto na vida de 16 mil pessoas e ainda beneficiar de forma indireta mais de 15 mil pessoas nesses territórios.
Com esta iniciativa, a EDP reforça o seu compromisso com a sustentabilidade do planeta, as energias renováveis e a necessidade de combater a pobreza e a exclusão elétrica que ainda afetam a vida de milhões de pessoas, especialmente em comunidades rurais remotas e carenciadas de países em desenvolvimento. O apoio a estes projetos é assim um contributo determinante para garantir um amanhã mais sustentável, inclusivo e justo, em linha com a própria ambição da empresa de ser totalmente verde até 2030 e de reforçar o seu compromisso com a sociedade.
A missão de cada projeto
- Chama-se OffGridBoxe tem como objetivo fornecer energia e água potável em seis campos de refugiados no Ruanda. O projeto envolve a instalação de uma ‘box’ em cada uma dessas comunidades que inclui kits de baterias solares, iluminação led, um carregador de telefone e um vasilhame para recolha de água purificada. Através deste sistema, os seus utilizadores poderão executar tarefas básicas do dia-a-dia e também suportar outras atividades produtivas. Estima-se que o projeto beneficie, pelo menos, 12 mil pessoas.
- O acesso a água limpa e potável é uma das dificuldades que o projeto Viva conAgua de Sankt Pauli espera superar com uma tecnologia de dessalinização de água movida a energia solar. Pensado para beneficiar cerca de 350 famílias da região moçambicana de Catuane – e, em especial, a escola primária da comunidade –, este sistema irá permitir que 750 alunos recebam água limpa gratuita e que outras 750 pessoas possam adquiri-la a preços acessíveis.
- Melhorar a qualidade de vida, educação, agricultura e alimentação de uma comunidade na região do Niassa, em Moçambique, é o principal foco da Luwire Wildlife Conservancy. O projeto visa criar uma infraestrutura básica de energia solar que sirva a escola, centro de saúde, sistema de irrigação agrícola e ainda permitir melhor iluminação e facilitar carregamentos elétricos de equipamentos, desde o simples telemóvel até aos sistemas de purificação de água ou conservação de medicamentos e vacinas. Pelo menos 380 pessoas serão diretamente impactadas com esta iniciativa.
- As vendedoras em mercados na região de Lagos, na Nigéria, perdem cerca de 30% do peixe por não existirem condições de preservação de artigos frescos. Este é o desafio que o projeto da Koolbokspretende superar com a criação de um sistema de refrigeração que sirva de apoio à atividade dessas mulheres: no total, está prevista a instalação de 150 refrigeradores solares Koolhome em oito mercados que beneficiam cerca de 120 vendedoras. Além do peixe, outros produtos perecíveis, como carne ou vegetais, poderão ser mantidos em segurança com este sistema.
- Evitar o desperdício de comida por não existirem condições de refrigeração é um dos propósitos do projeto da ColdHubs, na Nigéria. Com este sistema, as mulheres que vendem produtos frescos (como fruta ou vegetais) poderão prolongar a vida desses alimentos de dois para 21 dias, garantindo assim produtos mais seguros e uma melhoria das condições e resultados do próprio negócio. Os sistemas de refrigeração a criar são abastecidos a energia solar e impactam diretamente a atividade de 300 agricultoras e pequenas comercializadoras.
- O projeto da ADDP Angola tem a missão de substituir os geradores a diesel, altamente poluentes e com custos altíssimos, por um sistema de energia renovável que abasteça duas escolas em comunidades nas províncias de Bié e Cubango. Com a instalação de sistemas solares nestas áreas rurais, cerca de 420 crianças terão acesso a melhores (e mais prolongadas) condições de ensino, estando ainda previstas ações de formação para manter e gerir estes sistemas energéticos.
- O projeto da DAAP Malawi propõe-se a criar um sistema de energia solar para abastecer uma escola de formação profissional com cerca de 500 alunos. Isso irá resultar num aumento do período horário escolar (mesmo quando já não dispõem de luz natural) e num acesso mais fácil dos alunos à internet, o que constitui um fator adicional de motivação e valorização. Além disso, a escola passará a dar também formação na área da energia e eletrificação. Os beneficiários diretos deste projeto são cerca de mil, mas, indiretamente, podem abranger 10 mil pessoas na região de Mikolongwe.
Todos os projetos selecionados pelo Fundo A2E podem ser consultados aqui.