EDP conclui com sucesso operação de derrube das chaminés da Central de Setúbal
Operação decorreu este domingo e insere-se na fase de desmantelamento da central termoelétrica, que cessou atividade em 2013. Com esta demolição, a EDP prepara condições para um novo projeto sustentável.
A operação de derrube das duas chaminés de 200 metros de altura da central termoelétrica de Setúbal foi concluída com sucesso ao final da manhã deste domingo, cumprindo mais uma etapa no processo de desmantelamento desta central da EDP que foi desativada em 2013.
Para esta operação foram colocados cerca de 150 a 200 kg de explosivos por chaminé, em 400 furos realizados na sua base, e mais 60 kg em piscinas colocadas em redor do local de queda, de forma a criar uma cortina de água para conter e minimizar as poeiras provocadas. Em poucos segundos, as chaminés caíram de forma controlada dentro do perímetro da central, numa zona previamente definida.
A empreitada de desmantelamento e demolição em curso foi adjudicada a um consórcio constituído pelas empresas Ambigroup e Ambiservice. Para o caso específico do derrube das chaminés, o consórcio recorreu à empresa Maxam, especialista na utilização de explosivos para este tipo de atividades. O plano de derrube foi preparado em articulação com as autoridades, empresas e entidades oficiais da região.
Criar condições para um projeto sustentável
Esta demolição marca um momento simbólico para a EDP, ao reforçar a capacidade de antecipação de tendências do grupo que, desde 2007, tem feito uma aposta crescente em energias renováveis através da descarbonização e da eletrificação do consumo. Além disso, destaca o compromisso da empresa na transição energética e num futuro cada vez mais sustentável.
“Com este desmantelamento, estamos a criar as condições no terreno para viabilizar um espaço que possa receber um projeto sustentável no futuro, um projeto que faça parte da transição energética. Não temos ainda um projeto definido, mas gostaríamos muito que pudesse ser, por exemplo, um parque solar”, explica Rui Teixeira, presidente da EDP Produção.
A central termoelétrica localizada na península da Mitrena, em Setúbal, esteve mais de 30 anos em funcionamento – entrou em operação em 1978, com o seu primeiro grupo –, tendo encerrado em 2013. Foi fundamental no abastecimento do país, ao tornar-se o maior centro produtor de energia nacional até à abertura da central de Sines: chegou a fornecer energia a 25% da população.
O processo de desativação da central iniciou-se em 2013 com a fase de descomissionamento da instalação. A partir de 2016, seguiu-se a fase de desmantelamento e demolição.
O derrube das chaminés faz parte desta fase de desmantelamento, estando a sua conclusão prevista para o início de 2021. Após esta fase, realizar-se-ão atividades de requalificação ambiental do terreno da central.
Atualmente, a fase de desmantelamento está com uma percentagem de execução de cerca de 60%. Esta etapa destaca-se pelo facto de promover a economia circular ao reaproveitar, reutilizar e reciclar mais de 90% dos materiais provenientes do desmantelamento e da demolição.
Principais detalhes da operação de derrube
- Envolvimento de cerca de 70 pessoas entre EDP Produção, empresas responsáveis pela operação, autoridades e entidades oficiais;
- Utilização de 150-200 kg de explosivos por chaminé e ainda 60 kg em piscinas colocadas à volta do local de queda;
- Realização de 400 furos na base de cada uma das chaminés;
- Total de cerca de 10 mil toneladas de entulho gerado pelo derrube;
- Parte destes resíduos será utilizado para o nivelamento de terrenos e preenchimento de vazios resultantes das atividades de demolição dos edifícios e estruturas da central;
- Mais de 90% dos materiais provenientes da demolição serão reaproveitados, reutilizados e reciclados, promovendo a economia circular.
Sobre a central
- Foi o maior centro produtor de energia nacional: 1GW de potência instalada com quatro grupos geradores. Em funcionamento nominal, consumia cerca de 5.280 toneladas por dia de fuelóleo;
- No pico de atividade, trabalharam na central cerca de 250 funcionários da EDP;
- A central encontra-se em processo de desativação, inserindo-se o derrube das chaminés na fase de desmantelamento, que tem conclusão prevista para o início de 2021;
- Esta fase de desmantelamento está com uma percentagem de execução de cerca de 60%.