Central solar flutuante da EDP em Alqueva já produz energia
O parque solar flutuante em Alqueva, o maior da Europa em albufeira, foi inaugurado esta sexta-feira, 15 de julho. A energia produzida pelos quase 12 mil painéis fotovoltaicos vai abastecer mais de 30% da população nesta região do Alentejo.
Sete meses após o início da sua construção, a central solar flutuante da EDP em Alqueva está pronta para produzir energia. A entrada em operação deste parque – considerado o maior da Europa numa albufeira de barragem – representa um passo relevante no desenvolvimento das energias renováveis e consolida a aposta da EDP na inovação e na transição energética.
O parque foi inaugurado esta sexta-feira, 15 de julho, pelo primeiro-ministro, António Costa, acompanhado pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e pelo secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba. Entre os participantes no evento destaca-se ainda a intervenção de um membro executivo do Fórum Económico Mundial, Roberto Bocca, responsável pela área de energia desta organização. Todos os participantes foram recebidos pelo presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell d'Andrade, no evento desta manhã.
Com perto de 12 mil painéis fotovoltaicos – que ocupam 4 hectares, o equivalente a cerca de 0,016% da área total da albufeira do Alqueva –, a nova plataforma tem uma potência instalada de 5 MW e capacidade para produzir cerca de 7,5 GWh por ano – isto significa que pode abastecer mais de 30% das famílias desta região no sul do país (Portel e Moura).
O projeto envolve um investimento total de seis milhões de euros e destaca-se pela tecnologia solar flutuante e pelo conceito de hibridização, que permite aliar a energia solar à hídrica da barragem de Alqueva. Além disso, está ainda prevista a instalação de um sistema de baterias, com potência nominal de 1 MW e capacidade de armazenamento de cerca de 2MWh – tudo isto usando apenas um ponto de ligação à rede já existente, o que permite otimizar recursos e torná-los mais eficientes com o mínimo impacto possível.
“O Alqueva é hoje um exemplo de inovação e sustentabilidade, que iremos reforçar em breve com o novo projeto ganho no primeiro leilão solar flutuante em Portugal. A EDP é pioneira a nível global na tecnologia solar flutuante, que é um salto marcante na expansão das renováveis e no acelerar do processo de descarbonização”, destaca Miguel Stilwell d’Andrade, presidente executivo da EDP, acrescentando que “a aposta na hibridização, ao aliar energia elétrica produzida da água, sol, vento e armazenamento, é uma via lógica de crescimento em que a EDP continuará a investir – permite produzir energia mais barata, otimiza recursos e com o mínimo impacto ambiental”.
Soluções mais sustentáveis
A estas vantagens, junta-se ainda uma inovação nos flutuadores que suportam os painéis solares: ao plástico reciclado juntaram-se compósitos de cortiça. A solução, que está a ser testada pela primeira vez em Alqueva, resulta de uma parceria com a Corticeira Amorim (através da Amorim Cork Composites) que desenvolveu uma fórmula mais sustentável para os flutuadores fabricados pela espanhola Isigenere. Esta inovação, além de contribuir para reduzir o peso da plataforma em 15%, ainda ajuda a diminuir a pegada de CO2 do projeto em cerca de 30%.
A tecnologia solar flutuante é decisiva no aproveitamento de recursos e na expansão de energias renováveis, que contribuem para reduzir a dependência energética de outras fontes e acelerar o processo de transição energética. Este primeiro projeto de grande escala em Alqueva – que avançou após o sucesso do primeiro piloto iniciado no Alto Rabagão há cerca de sete anos – está, assim, em linha com estratégia da EDP de investir em projetos de inovação e em renováveis e de ser 100% verde até 2030.
Este projeto também foi decisivo para acelerar a criação de novas oportunidades de investimento em tecnologias limpas e abrir portas para leilões que contribuem para a urgente aceleração das energias renováveis. No primeiro leilão de solar flutuante, que decorreu em abril deste ano, foi atribuído à EDP um lote de 70MW no Alqueva, que corresponde à capacidade mais alta atribuída neste leilão.
Este projeto irá reforçar a produção de energia a partir desta albufeira, sendo capaz de produzir 300GWh anualmente, de abastecer 92 mil casas e de evitar a emissão de mais de 133 mil toneladas de CO2. A viabilidade económica será assegurada pela escala do projeto e, mais uma vez, pela componente de hibridização, que permitirá combinar diferentes tecnologias e garantir um equilíbrio a nível de preços, à semelhança do que já se pretende com o primeiro parque solar flutuante no Alqueva agora em operação.