A Gestão Empresarial do Risco, que engloba um conjunto de práticas de identificação, medida, tratamento e reporte dos principais riscos, é parte integrante do estilo de gestão requerido pelo Grupo aos seus colaboradores, em linha com as boas práticas internacionais de governance do risco, em conformidade com os requisitos legais e regulatórios e correspondendo às expectativas e exigências dos stakeholders internos e externos do Grupo.
Com a implantação de uma gestão do risco eficaz pretende-se:
- Contribuir para a permanente criação de valor pela empresa, respeitando as expectativas dos stakeholders internos e externos;
- Assumir uma posição de liderança neste domínio em conformidade com a visão, valores e compromissos expressos pelo Grupo EDP;
- Assegurar a satisfação de requisitos internos e externos, no domínio do governo corporativo, controlo e relato.
Para o efeito, o Grupo EDP procura manter uma cultura de gestão do risco em todas as tomadas de decisão e a todos os níveis funcionais e hierárquicos. A implementação da Gestão Empresarial do Risco é suportada por um conjunto de princípios, estrutura e processos que permitem:
- A identificação, análise e avaliação dos riscos e o seu respetivo tratamento, que poderá traduzir-se em uma ou mais das opções seguintes: aceitar o risco, aumentar a exposição de modo a explorar uma oportunidade, evitar o risco, reduzir a sua probabilidade ou o seu impacto e/ou partilhar o risco (recorrendo a operações de cobertura – hedging – ou por meio de seguros, por exemplo);
- O reporte, a revisão e a melhoria contínua da gestão do risco;
- A integração das responsabilidades de gestão dos riscos na gestão global.
A presente política estabelece os princípios, estrutura, governo e responsabilidades de gestão do risco no Grupo EDP.
Princípios da política de gestão do risco do Grupo EDP
- A gestão do risco é parte integrante das práticas comuns de gestão empresarial e é uma responsabilidade de todos, desde o Conselho de Administração Executivo até ao colaborador individual. Cada um é responsável por conhecer os riscos na sua área de atuação e geri-los de modo integrado com as suas funções, competências e responsabilidades delegadas;
- A EDP gere os seus riscos significativos numa perspetiva de portfólio, otimizando a relação risco/retorno transversalmente a todas as suas áreas de negócio, tendo em vista a criação de valor e o destaque do Grupo nos mercados em que se insere;
- A EDP procura que a gestão do risco progrida permanentemente, por forma a refletir a evolução das necessidades da EDP ao longo do tempo e a manter-se em linha com as melhores práticas internacionais de gestão do risco;
- A EDP promove a gestão do risco de maneira a que seja oportuna, sistemática e integrada nos mais relevantes processos de negócio e de decisão, nomeadamente como componente do desenvolvimento estratégico, das decisões de investimento, do plano de negócios e da gestão de operações, visando a estabilidade dos resultados e o desenvolvimento de capacidades de resposta otimizada a alterações de contexto e a oportunidades. A apreciação (assessment) dos riscos e a adoção das medidas de gestão e controlo dos mesmos baseia-se na melhor informação disponível à data do processo de decisão;
- A EDP efetua a gestão do risco de forma transparente e envolvendo os stakeholders internos e externos de modo a serem tomadas decisões informadas nos diversos níveis de responsabilidade da organização, assegurando compliance e gerando um clima de confiança;
- As políticas e procedimentos locais e/ou funcionais de gestão do risco serão consistentes com a presente política corporativa. Adicionalmente, todas as políticas e procedimentos locais e/ou funcionais devem facilitar a agregação, consolidação e revisão a nível corporativo de todos os riscos significativos;
- Compete aos órgãos de gestão executivos das empresas do Grupo EDP estabelecer a tolerância ao risco aplicáveis à sua escala, negócio e funções, em consonância permanente com o perfil de risco definido para o Grupo pelo Conselho de Administração Executivo quer ao nível estratégico, tradutor do apetite pelo risco, quer a nível tácito, por meio da fixação de níveis globais e agregados de tolerância ao risco.
Esta política foi aprovada pelo Conselho de Administração Executivo da EDP, S.A (CAE) em 31 de Janeiro de 2023.
O Grupo EDP segue um modelo de governo do risco baseado no conceito de três linhas de defesa internas à organização – que poderão ser complementadas, em circunstâncias específicas, por uma quarta linha de defesa externa, na figura da auditoria externa e regulação/supervisão.
A gestão do risco é corporizada tanto pela Risk Global Unit, como pelas áreas de risco das várias Unidades de Negócio (lideradas pelos respetivos risk-officers) que reportam funcionalmente à primeira, assegurando a articulação e comunicação fluida no que se refere às principais fontes de exposição e medidas de mitigação de riscos.
Conselho de Administração Executivo
Risk Global Unit
Comité de Risco
Unidades de Negócio (UNs)/Plataformas
Conselho de Administração ou outras entidades de governação definidas
Comité de Risco da UN/Platforma
Risk Officer
A taxonomia de riscos para o Grupo EDP agrega, numa perspetiva integrada e de linguagem comum, os vários mapeamentos de risco existentes ao nível das várias Unidades de Negócio do Grupo, estando estruturada em torno de quatro grandes famílias: estratégicos, negócio, financeiros e operacionais.
- 1.
Estratégico e ESG
Estratégico
ESG
- 2.
Negócio
Mercado energético
Regulação
- 3.
Financeiro
Mercados financeiros
Crédito e contraparte
Liquidez/ Solvência
Responsabilidades
sociais - 4.
Operacional
Ativos físicos
Execução de processos
Sistemas
Legal & Compliance
Riscos Estratégicos e ESG
O Grupo EDP monitoriza de forma próxima e reporta os riscos de natureza estratégica e ESG, uma vez que entende que estes podem, caso se materializem, ter um impacto significativo, maioritariamente no médio e longo prazos. Os riscos de natureza estratégica e ESG podem desagregar-se em duas naturezas distintas:
- Estratégica
- ESG
Riscos de negócio
Os riscos de negócio agregam todos os fatores de risco intrinsecamente ligados à remuneração da atividade core do Grupo EDP na produção, trading, distribuição e comercialização de energia, nas várias geografias e mercados onde atua. Os riscos de natureza de negócio podem desagregar-se em dois tipos distintos:
- Mercados de energia
- Regulação
Riscos Financeiros
Os riscos financeiros agregam os fatores de risco de mercado complementares aos do negócio de energia (não operacionais) do Grupo EDP nas várias geografias e mercados onde atua. Os riscos de natureza financeira podem discriminar-se em quatro naturezas distintas:
- Mercados financeiros
- Crédito e contraparte
- Liquidez/ solvência
- Responsabilidades sociais
Riscos Operacionais
Os riscos operacionais agregam os fatores de risco complementares aos do negócio de energia e financeiros do Grupo EDP nas várias geografias e mercados onde atua, associados ao planeamento, construção e operação de ativos físicos, execução de processos, sistemas e contencioso jurídico e compliance. Os riscos de natureza operacional podem desagregar-se em quatro naturezas distintas:
- Ativos físicos
- Sistemas
- Execução de processos
- Legais & Compliance
Dada a dimensão do Grupo EDP e a sua diversidade geográfica, é importante definir um processo transversal e consistente ao nível das várias Unidades de Negócio, que, simultaneamente, reconheça a heterogeneidade de negócios e atividades em que o Grupo opera. Desta forma, a gestão do risco no Grupo EDP está estruturada em torno de cinco fases principais (identificação, análise, avaliação, tratamento e monitorização), complementadas por uma fase prévia de estabelecimento do contexto, e por níveis adequados de comunicação entre os vários stakeholders.
1Estabelecimento do contexto
- Avaliação da envolvente externa e interna
- Definição dos fundamentos para a gestão do risco
2Identificação
- Mapeamento abrangente dos principais riscos (e representação em taxonomia estruturada)
3Análise
- Estabelecimento de critérios de risco
- Análise (qualitativa e quantitativa) da materialidade dos riscos
4Avaliação
- Avaliação da exposição à luz do apetite ao risco
- Definição de estratégias de tratamento a implementar
5Tratamento
- Implementação e execução do plano de tratamento estabelecido
6Monitorização
- Monitorização e reporte da evolução dos indicadores de risco, materialização de eventos e progresso das medidas de tratamento
7Comunicação
- Comunicação contínua e bidirecional entre os stakeholders relevantes