Eólica offshore flutuante
O Projeto WindFloat desenvolveu uma tecnologia inovadora para permitir a exploração do potencial eólico no mar, em profundidades superiores a 40m. O foco de inovação do projeto foi o desenvolvimento de uma plataforma flutuante, com base nas experiências da indústria de petróleo e gás, para suportar turbinas eólicas multi-MW em aplicações marítimas.
A plataforma flutuante é semi-submersível e está ancorada no fundo do mar. A estabilidade é devida ao uso de "placas de aprisionamento de água" na parte inferior dos três pilares, associada a um sistema estático e dinâmico de lastro. O WindFloat adapta-se a qualquer tipo de turbina eólica marítima. É construído inteiramente em terra, incluindo a instalação da turbina, evitando, deste modo, que os trabalhos tenham de ser feitos em alto mar, o que teria um impacto no meio marinho.
Windfloat Atlantic faz primeira distribuição de energia limpa
A primeira das três plataformas do projeto WindFloat Atlantic foi conectada com sucesso em dezembro de 2019, após a instalação do cabo que percorre os 20 quilómetros de distância entre o parque eólico e a estação instalada em Viana do Castelo. Este foi um passo importante para o setor energético nacional e europeu, já que, ao fazer a ligação da primeira torre eólica a terra, o primeiro parque eólico flutuante da Europa Continental passou a fornecer energia limpa ao sistema elétrico.
Saída da terceira e última plataforma do Windfloat
Em maio de 2020, o projeto deu mais um passo decisivo com a saída da terceira, e última, das três plataformas ao largo da costa de Viana de Castelo. Desde que ficou 100% operacional, o parque eólico, com 25 MW de capacidade instalada, será capaz de gerar energia suficiente para fornecer o equivalente a 60 mil habitantes por ano. A estrutura da plataforma flutuante - com uma altura de 30 metros e uma distância de 50 metros entre cada coluna - permite utilizar as maiores turbinas eólicas do mundo instaladas numa superfície flutuante, de 8,4 MW cada.
Com esta tecnologia, o parque contribui para aumentar a geração de energia renovável e promove uma considerável redução nos custos associados ao ciclo de vida.
Fase pré-comercial: WindFloat Atlantic
Depois de testada a tecnologia com sucesso durante cinco anos, o passo seguinte no desenvolvimento da tecnologia WindFloat foi a fase pré-comercial, denominada WindFloat Atlantic (WFA), a primeira central de energia eólica flutuante da Europa continental.
Para apoiar o desenvolvimento desta tecnologia pioneira, o Banco Europeu de Investimento (BEI) concedeu, em outubro de 2018, um empréstimo de 60 milhões de euros à Windplus S.A., a empresa que desenvolve o Windfloat Atlantic e que é detida pela Ocean Winds (OW) (54,4%)– uma joint-venture entre a EDP Renováveis e a Engie -, Repsol S.A. (19,4%) e Principle Power Inc. (1,2%). . Além disso, o projeto foi também apoiado com 29,9 milhões de euros do programa da UE NER300 e até 6 milhões de euros do Governo de Portugal, através do Fundo de Carbono Português.
A instalação da primeira turbina de WindFloat Atlantic na plataforma flutuante foi realizada em julho de 2019, no porto de Ferrol, em Espanha, constituindo um marco importante para o projeto WindFloat Atlantic e para o setor da energia eólica offshore a nível mundial, dado tratar-se da maior turbina alguma vez instalada numa plataforma flutuante.
60" sobre o Windfloat
Vantagens do Windfloat
As três turbinas que compõem o parque eólico estão montadas em plataformas flutuantes amarradas ao leito marinho, para uma capacidade instalada total de 25 MW, o equivalente à energia consumida por 60 mil famílias ao longo de um ano. Além do mais, esta tecnologia possui enormes vantagens que a tornam mais acessível e económica, incluindo a sua montagem através de gruas terrestres convencionais em terra firme (no porto) e a utilização de métodos de transporte marítimo comuns, tais como rebocadores, em vez de embarcações de instalação offshore mais dispendiosas.
O WindFloat Atlantic usa tecnologia avançada da Principle Power, que possibilita a instalação de plataformas flutuantes em águas profundas, anteriormente inacessíveis, e onde os abundantes recursos eólicos podem ser aproveitados. O parque eólico estará situado a 20 quilómetros da costa de Viana do Castelo, onde as águas alcançam uma profundidade de 100 metros.
Este projeto demonstrou o perfil de baixo risco e a competitividade económica da tecnologia preparando o caminho para futuras estruturas de parques eólicos flutuantes offshore comerciais.
Instalação do projeto-piloto: Windfloat 1
O Projeto WindFloat 1 envolveu o desenvolvimento e construção de uma unidade de demonstração, usando uma turbina comercial de 2 MW. A unidade foi instalada na costa portuguesa, perto da Aguçadoura, e foi ligada à rede no final de dezembro de 2011. O projeto constitui a primeira implantação eólica offshore em todo o mundo, sem recurso às tradicionais estacas que são utilizadas neste tipo de infraestruturas.
Esta foi a primeira turbina eólica offshore flutuante em águas abertas do Atlântico e a primeira implantação de uma estrutura semi-submersível de suporte a uma turbina eólica de vários megawatts.
O Windfloat 1 operou durante cinco anos com elevada disponibilidade, produzindo mais de 17GWh, num mar com vagas de mais de 7 metros e mantendo-se operacional mesmo com ondas de 17m.
Veja algumas imagens do WindFloat:
Descrição da participação Labelec
- Acompanhamento do projeto desde a fase da construção até ao comissionamento;
- Controlo da operação e manutenção do protótipo e análise de indicadores de desempenho da instalação;
- Colaboração em iniciativa europeia no âmbito do programa FP7 com vista ao desenvolvimento da respetiva tecnologia pré-comercial.