
FLEXnCONFU: Power-to-X-to-Power para aumentar a flexibilidade das centrais termoelétricas
O que é o FLEXnCONFU e quando se iniciou?
O FLEXnCONFU é um projeto europeu de inovação financiado pelo programa Horizon 2020. Lançado em abril de 2020 o projeto FLEXnCONFU tem como objetivo desenvolver e integrar novas soluções para aumentar a flexibilidade das centrais de ciclo combinado através da integração de combustíveis não convencionais, como o hidrogénio e o amoníaco, testar a compatibilidade e eficiência dos sistemas de combustão e novas soluções para a transição energética.
O FLEXnCONFU é coordenado pela RINA-C e reúne 21 parceiros de 10 países, com um orçamento total de 12,6 milhões de euros. A EDP tem um papel de liderança no desenvolvimento e implementação do piloto de hidrogénio na Central do Ribatejo, com o apoio dos maiores players nas áreas da investigação, tecnologia e indústria.
O financiamento pelo programa Horizon 2020, sublinha a relevância estratégica para a transição energética europeia.
Pilotos e demonstradores
- Projeto-piloto de produção de hidrogénio e co-combustão com gás natural na CCGT do Ribatejo (P2H2P), Carregado (Portugal), testado em ambiente industrial
- Projeto-piloto de produção de amoníaco e combustão numa micro-turbina (P2A2P), na Universidade de Savona (Itália), testado em ambiente laboratorial
- Testes de combustão de diferentes misturas de hidrogénio e de amoníaco com gás natural, na Universidade de Cardiff (Reino Unido), em ambiente laboratorial.
Tendo em conta que se trata de um projeto-piloto europeu que visa demonstrar a flexibilidade das centrais de ciclo combinado através da integração de hidrogénio e amoníaco como vetores de armazenamento de energia, a sua singularidade reside na aplicação industrial real, com testes à escala na Central do Ribatejo, e na combinação de tecnologias power-to-hydrogen-to-power (P2H2P), algo ainda pouco explorado no setor.
O que é a Eletrólise da água?
A eletrólise da água é o processo de separação das moléculas de água (H₂O) nos seus componentes hidrogénio (H₂) e oxigénio (O₂), por aplicação a uma corrente elétrica. Quando alimentado por energia renovável, este processo gera moléculas de hidrogénio sem emissões de carbono. Os eletrolisadores são essenciais para uma produção sustentável de combustíveis limpos aplicados a diversos setores e, nomeadamente onde a eletrificação direta é difícil. Os usos finais incluem mistura na rede de gás, descarbonização da indústria, transportes de longa distância, produção de energia e exportação. Esta abordagem integrada mostra como o hidrogénio pode reforçar a flexibilidade e a sustentabilidade do sistema energético, facilitando a descarbonização profunda, especialmente na indústria pesada e transportes.
O Piloto de hidrogénio no Ribatejo
- Inovação: Primeira molécula de hidrogénio da EDP produzida na Europa com um eletrolisador PEM da Cummins, de 1,25 MW, o maior do país.
- Utilização do hidrogénio: 1% de H₂ injetado a montante da turbina a gás do Grupo 2 da CCGT Ribatejo.
- Armazenamento de hidrogénio: ~400 kg a 200 bar.
- Coordenador do piloto de hidrogénio: EDP
- Parceiros envolvidos: Cummins, ICI Caldaie, MAS, RINA-C, CNET
A EDP lidera o desenvolvimento e implementação do piloto de produção de hidrogénio e respetiva integração na Central de Ciclo combinado do Ribatejo.
Após cinco anos de desenvolvimento, o projeto alcançou um marco histórico: a produção da primeira molécula de hidrogénio (H₂), da EDP na Europa (H₂), usando um eletrolisador de 1,25 MW, o maior do país até à data. Esta conquista reflete o compromisso da EDP com a inovação e a sustentabilidade, estando alinhada com as metas de descarbonização nacionais e europeias.
O piloto estará em operação até início de 2026 e os resultados obtidos servirão de base à análise de futuros investimentos da EDP na produção e integração de hidrogénio.
- Demonstrar a produção da primeira molécula de hidrogénio da EDP na Europa.
- Reforçar a imagem da EDP como empresa inovadora e líder na transição energética.
- Sensibilizar o público para o papel central da EDP na inovação tecnológica.
- Preparar o caminho para projetos futuros, conectando este marco a iniciativas como o GreenH2Atlantic (100 MW, Sines, Portugal).
Como Funciona o Piloto de hidrogénio?
O piloto FLEXnCONFU de hidrogénio, no Ribatejo, demonstra o ciclo completo da molécula de hidrogénio: energia renovável (por ex. eólica ou solar) alimenta um eletrolisador PEM de última geração que divide a água em hidrogénio e oxigénio. O hidrogénio produzido no eletrolisador é comprimido a 200 bar e armazenado em cilindros standard com uma capacidade bruta de cerca de 400 kg.
O hidrogénio é depois utilizado no local como combustível, misturado com o gás natural, na turbina a gás.
- Abril 2020: Arranque do projeto.
- 2021: Engenharia básica.
- 2021-2022: Licenciamento
- 2022: Engenharia de detalhe, aquisição e fabrico de equipamentos.
- Abril-Maio 2023: Chegada, instalação do maior eletrolisador PEM de 1,25 MW em Portugal, no Ribatejo.
- Setembro 2023: Integração total do piloto na central de ciclo combinado do Ribatejo, permitindo operação mais flexível e abrindo portas a novos modelos de armazenamento de hidrogénio e arbitragem de preços.
- Junho 2024: Fase de comissionamento concluída.
- Abril 2025: Produção e injeção bem-sucedidas da molécula de hidrogénio na central do Ribatejo.
- Maio-Julho 2025: Serviço experimental do piloto de hidrogénio
- Julho 2025: Período de demonstração
- Setembro 2025: A primeira molécula de hidrogénio da EDP na Europa é celebrada num evento oficial.
O papel da EDP e do centro de R&D
A EDP é o motor do FLEXnCONFU, liderando o demonstrador do Ribatejo e coordenando esforços com os 21 parceiros internacionais. A empresa aposta nos seus mais de 90% de capacidade renovável para desenvolver novos modelos de integração do hidrogénio. Através de demonstrações pioneiras em escala industrial, a EDP apoia os objetivos climáticos nacionais e europeus, lançando as bases para projetos como o GreenH2Atlantic.
O Centro de R&D da EDP apoia o processo de demonstração no Ribatejo. Tem ainda um papel central em:
- Definir casos de uso para soluções power-to-hydrogen na prestação de serviços ao sistema elétrico;
- Estudar a utilização de hidrogénio noutras áreas, como mobilidade e injeção em gasoduto;
- Avaliar o impacto do demonstrador ao nível da flexibilidade e redução da pegada ambiental.
A experiência tecnológica e a infraestrutura desenvolvidas no FLEXnCONFU irão contribuir para projetos estratégicos futuros, como o GreenH2Atlantic (100 MW), reforçando o papel da EDP e de Portugal como pioneiros na produção de moléculas de hidrogénio à escala industrial.